A enxameação é o processo natural pelo qual as abelhas sem ferrão se reproduzem, ou seja, uma colônia vai dar origem a outra que vai se instalar em outro lugar. Neste processo uma fração das operárias de uma colônia forte (colônia mãe - população e recursos em abundância) encontra um novo local de nidificação e inicia a transferência de materiais de construção do novo ninho (cerume e resinas) e de alimento (mel e pólen). Então uma nova rainha virgem proveniente da colônia mãe voa para o novo local e realiza o voo nupcial, onde vai se acasalar com um único macho. Esta rainha vai desenvolver os ovários e seu abdômen vai inchar, chegando ao estado de fisogastria. A rainha fisogástrica não é capaz de voar, devido ao seu peso, de forma que uma vez instalada ali, nunca mais sai. A colônia mãe continua com uma relação com o novo ninho através da transferência de alimento durante algum tempo (os poucos registros falam em cerca de um mês), até que o processo acaba e a nova colônia se torna independente.
Quando uma rainha fisogástrica morre ocorre uma substituição, onde geralmente uma filha dela vai fazer o voo nupcial e voltar para o ninho, assumindo o lugar de sua mãe. Por este motivo as colônias sempre estão a produzir rainhas virgens, mesmo quando não estão prontas para enxamear. A presença de uma rainha fisogástrica em uma colônia inibe este comportamento por parte das rainhas virgens, de forma que a substituição só ocorre quando o ninho está órfão. Estudos recentes estão mostrando que rainhas de outros ninhos podem invadir colônias e se estabelecerem, porém ainda são estudos preliminares e em espécies específicas.
Dessa forma, o método mais tradicional de divisão consiste em transferir favos de cria prestes a emergir (maduros) de uma colônia forte e com cria em abundância (
colônia mãe) para uma nova caixa. Esta nova caixa leva então um pouco de cerume da colônia mãe na entrada e é posicionada no mesmo local desta, de forma a receber as forrageiras (ou campeiras - as abelhas que voam para coletar alimento). A quantidade de favos transferidos varia muito de acordo com a espécie e condição da colônia. Como regra geral pode-se transferir 2/5 (ou pouco menos que a metade) dos favos mais velos (com cria mais velha) para a nova colônia.
Etapas de uma multiplicação:
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Invólucro sendo retirado |
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Separação dos favos antigos |
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Favos divididos |
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Posicionamento da nova caixa no lugar da antiga para a coleta de campeiras. |
Além disso, é necessário alimentar a nova caixa, com potes de alimento da colônia mãe, caso haja a possibilidade de retirá-los sem danificá-los, ou então utilizar a alimentação artificial, conforme descrito anteriormente.
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