quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

BEE OR NOT TO BE E AMESAMPA LANÇAM O PROJETO “CIDADE AMIGA DAS ABELHAS”

UM PROJETO QUE POLINIZA A EDUCAÇÃO E A NATUREZA EM NOSSAS CIDADES
15/12/2015 - Fonte: Sem Abelha Sem Alimento
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Abelhas são popularmente conhecidas por fazerem o mel. Mas, segundo o IBOPE, 78% de nossa população desconhece o fato de as abelhas serem os principais polinizadores para 85% das áreas verdes presentes nas florestas e nas cidades.
Outro dado relevante: as pessoas lembram das abelhas porque picam, mas desconhecem o fato de que o Brasil abriga a maior biodiversidade de espécies de abelhas do planeta, e de que essa megadiversidade é composta por abelhas nativas sem ferrão.
No campo, 70% das culturas agrícolas dependem dos serviços ecossistêmicos de polinização, a eles atribuídos o incrível montante equivalente a 10% do PIB agrícola (algo como US$ 200bi no mundo).
Em contraponto à desinformação sobre a importância de nossas abelhas, convivemos perigosamente com o problema de seu declínio – sobretudo causado por fatores como o desmatamento, as mudanças climáticas e, particularmente, o uso indiscriminado de agrotóxicos. Esses fatores associados compõem o contexto e a justificativa para a condução da campanha de proteção às abelhas, “Sem Abelha, Sem Alimento”, um movimento com dois anos de existência, coordenado pela ONG Bee or not to be.

Em seu mais recente movimento, a Organização Bee or not to be, em parceria com a Associação dos Meliponicultores do Estado de SP – AMESAMPA, lançam para 2016 uma nova e importante iniciativa: oProjeto Cidade Amiga das Abelhas – Polinizando a Natureza para a vida. O projeto tem o objetivo de pautar a gestão pública para que adote práticas que visam o cuidado com o meio ambiente, com a educação ambiental e a sustentabilidade a partir da preservação de seus mais importantes polinizadores: as abelhas.
post facebook cidade amiga
O projeto traz 5 objetivos principais:
1- Ampliar o conhecimento e a educação da população sobre a importância das abelhas;
2- Engajar as organizações públicas na conscientização e proteção dos polinizadores;
3- Apoiar as administrações públicas com práticas de gestão que preservem os polinizadores em áreas urbanas, e sua boa convivência com a população;
4- Reconhecer as administrações orientadas para a preservação, melhoria e recuperação do Meio Ambiente;
5- Gerar um ambiente favorável ao incremento e expansão da criação de abelhas sem ferrão no município;

Algumas das abordagens indicadas pelo Projeto Cidade Amiga das abelhas contemplam:
  • Adoção de material didático específico sobre os polinizadores para a educação ambiental nas escolas da Rede Pública Municipal;
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    Meliponário Municipal de Franca
    Implantação de um Meliponário Municipal que apresente, de forma didática, a biodiversidade de espécies de abelhas nativas da região;
  • Programa de atuação conjunta entre Corpo de Bombeiros, Apicultores, Entidades Educacionais e a Defesa Civil para a retirada adequada (sem extermínio) de abelhas com ferrão, em áreas que representem riscos à população.
  • Adoção de um programa de parceria entre o Setor de Poda e Corte de Árvores (Secretaria de Serviços Urbanos) com Meliponicultores locais, para o resgate adequado de abelhas nativas sem ferrão.
  • Adoção do mel na merenda escolar das escolas municipais (e outros produtos)
  • Estímulo à criação de Feiras orgânicas e de produtos das abelhas;
  • Criação de “Jardins Educativos” de plantas melíferas, sinalizando nomes das plantas e tipos constantes de polinizadores;
  • Estabelecer lei municipal que regularize a criação de Abelhas Sem Ferrão em áreas urbanas, considerando a meliponicultura uma atividade de utilidade pública;

O Projeto contempla um total de 18 tópicos, sendo alguns obrigatórios para que a cidade possa ser laureada com o título de “Cidade Amiga das Abelhas”. Serão conferidos selos Bronze, Prata e Ouro, de acordo com critérios pré-estabelecidos e auditados.
IMG_2083Segundo Daniel Malusá Gonçalves, coordenador da organização Bee or not to be, “as parcerias serão imprescindíveis. Este é um projeto absolutamente inclusivo, que irá exigir iniciativa e uma boa articulação local dos representantes das associações de criadores de abelhas , das universidades, das administrações públicas e mesmo da sociedade civil. Não temos dúvida de que este projeto poderá integrar e reforçar outras inciativas já existentes, e representará uma grande contribuição para fomentar a educação ambiental e impulsionar a preservação de nossas abelhas também nas cidades.”
O projeto terá início no primeiro trimestre de 2016, já com as regras de adesão e atendimento, instruções normativas, bem como peças de comunicação.


PROJETO É APRESENTADO EM EVENTO DO SETOR , EM FRANCA
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Durante o VI Seminário de Meliponicultura, organizado pela AMESAMPA com o apoio da Prefeitura de Franca, nos dias 11 e 12 de Dezembro de 2015, a idéia do projeto Cidade Amiga das Abelhas foi pela primeira vez apresentada aos meliponicultores de diversas cidades do estado de SP. O presidente da AMESAMPA e também presidente da Câmara Setorial da Apicultura de SP, Ricardo Camargo, indicou a cidade de Franca como a primeira potencial “Cidade Amiga das Abelhas” do Brasil. outdoor_alt01Isto porque , durante o evento, foi inaugurado no Jardim Zoobotânico, o 1o Meliponário Municipal, com cerca de 280 colméias de 11 espécies diferentes de abelhas nativas sem ferrão, um dos maiores do país.

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Secretário da Agricultura de SP, Arnaldo Jardim, e o Prefeito de Franca, Alexandre Ferreira, inauguram o meliponário municipal e conhecem o projeto Cidade Amiga das Abelhas.
O evento também contou com a presença do Secretário da Agricultura do Estado de SP, deputado Arnaldo Jardim, e também com o prefeito da cidade de Franca, Alexandre Ferreira. Durante a inauguração do meliponário, puderam “ver, aprender e multiplicar as experiências para os outros municípios”, como bem expressou o secretário. Também conheceram mais sobre as espécies nativas e sobre o projeto Cidade Amiga das Abelhas, manifestando seu apoio a essa iniciativa.

O Secretário Arnaldo Jardim, ainda, relatou o importante trabalho que vem desenvolvendo junto com a Câmara Setorial da Apicultura de SP, que deverá resultar, em breve, numa resolução para que a abelha sem ferrão seja considerada um animal doméstico, simplificando a comercialização de seus produtos – um tópico de grande interesse do setor.

domingo, 6 de dezembro de 2015

Governo cria Câmara Setorial da Apicultura e Meliponicultura

30/11/2015
Órgão tem o objetivo de orientar e discutir estratégias que beneficiem a produção de mele derivados apícolas no Estado
O regimento interno da Câmara será elaborado pelos seus integrantes e, quando concluído, submetido à aprovação do governador (Foto: Ascom Sedetur)
Lívia Holanda

O governador Renan Filho instituiu, na última sexta-feira (27), a Câmara Setorial da Apicultura e Meliponicultura do Estado de Alagoas. O decreto entra em vigor a partir da publicação no Diário Oficial desta segunda (30).

O órgão tem o objetivo de discutir políticas, estratégias e diretrizes relativas à produção, ao beneficiamento e à industrialização e comercialização do mee dos demais produtos apícolas desenvolvidos no estado, bem como orientar todo o processo.

Além disso, deve propor medidas para melhorar a qualidade do mel produzido, aumentar a competitividade e estabelecer linhas para a exploração positiva da atividade. Garantir boas práticas de preservação ambiental, de segurança e de higiene também é competência da Câmara.

A Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária, Pesca e Aquicultura (Seagri) fica responsável pela realização dos atos que se fizerem necessários para viabilizar a construção da Câmara Setorial. Esta, por sua vez, está livre para articular-se com os órgãos e entidades dos Governos Federal, Estadual e Municipal, associações, entidades privadae organismos internacionais, para garantir o bom desenvolvimento das atividades.

O regimento interno da Câmara será elaborado pelos seus integrantee, quando concluído, submetido à aprovação do governador. 
registrado em:  na Agência Alagoas

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Manifestações pelo país marcarão Dia Mundial de Luta Contra os Agrotóxicos

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O dia 3 de dezembro é lembrado no mundo inteiro como dia internacional de luta contra os agrotóxicos. A data se refere à tragédia de Bhopal, na Índia, quando uma fábrica de agrotóxicos explodiu em 1984, matando cerca de 20 mil pessoas, e deixando centenas de milhares feridas e com sequelas.

No Brasil, há pouco o que se comemorar. Elaborado em agosto de 2014 e programado para ser apresentado no início de novembro, o governo federal adiou por tempo indeterminado o lançamento do Programa Nacional de Redução de Agrotóxicos (Pronara), a pedido do Ministério da Agricultura, comandado por Kátia Abreu.

 

A líder ruralista afirmou recentemente que o programa "seria a sentença de morte da agricultura brasileira", apesar de este ter sido elaborado com a participação do seu antecessor na pasta. Além disso, a bancada ruralista avança com seu mais ambicioso projeto até hoje: o Projeto de Lei 3200/2015, que revoga a atual Lei de Agrotóxicos, e cria um marco regulatório que facilita o registro e estimula ainda mais o consumo de agrotóxicos.

Diante deste cenário, centenas de entidades vinculadas à Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida realizarão atividades nesta quinta-feira, dia 3 de dezembro. O livro Dossiê Abrasco - Um Alerta sobre os Impactos dos Agrotóxicos na Saúde será lançado em diversas cidades, inclusive na Assembleia Legislativa de São Paulo e no Congresso Nacional. Comitês regionais da Campanha irão organizar marchas, feiras orgânicas e palestras para marcar o dia.

No Brasil, foram usadas 914 mil toneladas de agrotóxicos em 2014, gerando uma receita de U$12,2 bilhões para a indústria de agrotóxicos, composta em sua maioria por empresas estrangeiras. Os dados são do Sindiveg, sindicato que representa a indústria dos agrotóxicos. Já o Ministério da Saúde registrou oficialmente mais de 34.000 intoxicações por agrotóxicos entre 2007 e 2014. No entanto, especialistas afirmam que este número pode ser 50 vezes maior, devido ao alto índice de subnotificações. A Anvisa detectou no último estudo que 64% dos alimentos analisados tinham resíduos de agrotóxicos. Segundo a Campanha Contra os Agrotóxicos, em 2014 foram consumidos 7,3 litros de agrotóxicos para pessoa no Brasil.

Sobre o Pronara

O Programa de Nacional de Redução de Agrotóxicos (Pronara) foi aprovado em agosto de 2014, como parte da Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica, após meses de elaboração de um grupo de trabalho formado por diversos especialistas, vinculados a instituições de pesquisa e ensino, nove ministérios e organizações da sociedade civil. O Pronara é constituído por seis eixos: (1) Registro; (2) Controle, Monitoramento e Responsabilização da Cadeia Produtiva; (3) Medidas Econômicas e Financeiras; (4) Desenvolvimento de Alternativas; (5) Informação, Participação e Controle Social e (6) Formação e Capacitação. No total, são previstas 137 ações concretas que visam frear o uso de agrotóxicos no Brasil. Dentre elas, medidas como o fim da isenção fiscal, implantação de zonas livres de agrotóxicos e transgênicos e a reavaliação de produtos banidos em outros países.

A Campanha

A Campanha Contra os Agrotóxicos e Pela Vida nasceu em 2011, fruto da articulação de organizações de pesquisa, da sociedade civil e movimentos sociais, com o objetivo de sensibilizar a população brasileira para os riscos que os agrotóxicos representam, e a partir daí tomar medidas para frear seu uso no Brasil. Hoje já existem provas concretas dos males causados pelos agrotóxicos tanto para quem o utiliza na plantação, quanto para quem o consome em alimentos contaminados. Ao mesmo tempo, milhares de agricultores pelo Brasil já adotam a agroecologia e produzem alimentos saudáveis com produtividade suficiente para alimentar a população.

Fonte: Articulação Nacional da Agroecologia

Contato

Secretaria Nacional: (41) 9676 5239 / (41) 9144 6761 (Jakeline Pivato)

Assessoria de Imprensa: (11) 97581 8121 (Íris Pacheco)


sábado, 28 de novembro de 2015

Derrubado PL 7.948 contra os criadores de abelhas

Muito bom!!
Recebi por email esta notícia e replico na íntegra:

"Com grande felicidade as demandas de todos e da AMA ajudaram a derrubar a lei que queria acabar de vez com os criadores de abelhas.

Ontem a AMA MOGIANA recebeu resposta oficial das das demandas que tinha contra esta PL, abaixo o principal documento.

REQUERIMENTO Nº003622/2015
(Sr. Danrlei de Deus Hinterholz)
Requer a retirada de tramitação do Projeto de
Lei nº 7.948, do Sr. Danrlei de Deus Hinterholz,
de 2014, que “Dispõe sobre o exercício
profissional de apicultor e meliponicultor e dá
outras providências”.
Senhor Presidente,
Requeiro, nos termos do art. 104 do Regimento Interno da Câmara dos
Deputados, a retirada de tramitação do Projeto de Lei nº 7.948, do Sr. Danrlei de
Deus Hinterholz, de 2014, que “Dispõe sobre o exercício profissional de apicultor e
meliponicultor e dá outras providências”.
Sala das Sessões, 25 de novembro de 2015.
Danrlei de Deus Hinterholz
Deputado Federal – PSD/RS


Marcelo
Mogi Mirim - SP"

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Microcefalia: Herbicida 2,4-D Pode Estar Ligado ao Surto da Condição noNordeste do País

Conforme já veiculado na mídia, sabe-se que a provável causa da Microcefalia não é este herbicida, mas sim o ZICA Vírus.
Devido este novo dado eu iria excluir esta matéria, mas como já foi postada e contém outras informações sobre este herbicida contendo no final as fontes de pesquisa, optei por mantê-la apenas como referencia para pesquisa e não como causadora da microcefalia!
Agradeço o comentário do leitor Paulo, que com suas palavras nos leva a pensar além do divulgado!

em 12 de novembro de Notícias Naturais
Microcefalia Herbicida 24-D Pode Estar Ligado ao Surto no Nordeste do PaísA mídia alarmou esta semana sobre o surto de microcefalia no Nordeste do país. Mas o que não foi noticiado e, possivelmente pode ser a causa, é o uso indiscriminado do herbicida 2,4-D.
herbicida 2,4-D (ácido diclorofenoxiacético) foi desenvolvido a partir de 1940, durante a Segunda Guerra Mundial, sendo na década de 1960 um dos componentes do agente laranja (junto com o 2,4,5-T, na Guerra do Vietnã). É um produto que tem eficácia contra plantas de folhas largas, sendo por isso utilizado para desbastar as florestas, em mais uma guerra provocada, onde os EUA alegava seu uso para poder “enxergar seus inimigos”. Porém, mais do que isso, foi usado como arma química, causando a morte e malformações em milhares de pessoas (**). Ironicamente, a empresa Dow é do mesmo país (EUA) que se diz contra as armas químicas e usa esta “justificativa” para poder atacar agora a Síria.
Abaixo, o estudo sobre a toxicidade do herbicida 2,4-D e sua relação à microcefalia:
A toxicidade aguda e crônica de curto prazo tanto do herbicida n-butil éster do ácido 2,4-diclorofenoxiacético (2,4-D) e uma formulação comercial (CF) foram avaliados em embriões Rhinella arenarum (antigamente chamado de Bufo marinus)  em diferentes estágios de desenvolvimento. 
Os efeitos adversos foram analisados ​​por meio das curvas iso-toxicidade para mortalidade, malformações, susceptibilidade dependente de fase, e características ultra-estruturais. 
Para todas as condições experimentais, o CF foi mais tóxico, até 10 vezes,  do que o ingrediente ativo, sendo a fase de boca aberta (S.21) a mais sensível ao herbicida. Para as condições de tratamento contínuo, o desenvolvimento embrionário inicial foi o mais suscetível ao 2,4-D e ao LC50 respectivamente. 

Além disso, tanto o ingrediente ativo quanto o CF foram altamente teratogênicos, resultando em tamanho reduzido do corpo, atraso no desenvolvimento, microcefalia, agenesia das guelras, e processos de proliferação celular anormal, como principais efeitos adversos. 

De acordo com a EPA dos EUA, o 2,4-D em cenários agrícolas pode ser até três vezes mais elevado do que os valores NOEC para efeitos teratogênicos relatados neste estudo. Portanto, eles podem representar um risco para os anfíbios. Este estudo também destaca a relevância de informar a susceptibilidade dos embriões em diferentes estágios de desenvolvimento tanto para o ingrediente ativo e o CF dos agroquímicos, a fim de proteger os organismos não visados.

Leonardo Melgarejo, da Campanha Permanente contra os Agrotóxicos,alertou que a sociedade está sendo enganada com o discurso de que a presença dos agrotóxicos limita-se à lavoura. “Esse tema diz respeito igualmente ao campo e à cidade. Não existe uma ingestão diária aceitável de agrotóxico, nem um limite mínimo que pode ser considerado seguro. O consumo anual de veneno no Brasil já supera o estágio do balde por pessoa”, disse o engenheiro agrônomo.
Falta apoio de universidades e laboratórios
Carlos Paganella, procurador do Ministério Público do Rio Grande do Sul e coordenador do Fórum Gaúcho de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos, afirmou que a Anvisa tem sido insuficiente para barrar o uso de substâncias como o paraquat, o 2,4 D e o glifosato. Além disso, acrescentou, muitas dessas substâncias estão sendo utilizadas para outros fins do que aqueles que são indicados. “O glifosato está sendo usado para dessecar o trigo e antecipar a safra. O Mertin 400, um fungicida de contato da Syngenta, está sendo usado para combater um caramujo nas lavouras de arroz irrigado, o que é uma insanidade que coloca em risco a fauna destas áreas”, apontou. “Temos uma situação de descontrole e falta de fiscalização e somos fracos. Não temos a Universidade Pública trabalhando do nosso lado, produzindo pesquisas e estudos científicos sobre essa realidade. Também não temos o apoio de laboratórios de referência, uma condição necessária para resolvermos o tema das perícias”, assinalou ainda Paganella.
O procurador apontou outros buracos na regulação que alimentam essa situação de descontrole. Segundo ele, hoje, o maquinário agrícola não tem registro e regulação alguma. Além disso, acrescentou, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) é omissa no tema da pulverização aérea, o que permite que aeronaves façam a pulverização sem observar margens de segurança e distâncias mínimas em relação a fontes de recursos hídricos e áreas habitadas. A pulverização terrestre também é feita sem regra alguma. Para completar esse quadro,o contrabando de agrotóxicos segue ativo e, segundo algumas pessoas que atuam na área, é mais rentável hoje que o tráfico de drogas. Outra ausência de regulação apontada por Paganella é a falta de notificação compulsória, pelos médicos, dos casos de contaminação por agrotóxicos.
O desenvolvimento do cérebro requer asparagina para o desenvolvimento normal e função
A asparagina é considerada ser um aminoácido não essencial. A proteína é encontrada em carnes, laticínios e nozes. Os cientistas descobriram que uma mutação genética recessiva que afeta a síntese da asparagina afeta o desenvolvimento essencial do desenvolvimento do cérebro normal e função.
Os pesquisadores de genética da Universidade Duke publicaram suas descobertas na revista Neuron, no dia 16 de outubro. A pesquisa sobre o aminoácido não essencial começou quando duas famílias separadas em Israel, ambas de ascendência judaica iraniana, tiveram filhos com circunferência da cabeça menor que cresce progressivamente atrofiada, acompanhados por profundo atraso no desenvolvimento e convulsões.
Este aminoácido não essencial tem diferentes níveis dentro e fora do sistema nervoso central, e pode ser que dentro do sistema nervoso central, que ele desempenhe um papel fundamental“, disse David B. Goldstein, Ph.D., diretor do Center for Human Genome Variation e professor de Genética Molecular e Microbiologia e professor de biologia na Escola de Medicina da Universidade Duke. “O que é interessante neste caso é se nós podemos trabalhar como ele funciona, um tratamento pode ser a suplementação de asparagina na dieta.”
Goldstein e seus colegas analisaram variantes genéticas que foram compartilhadas pelos dois filhos afetados pelo desenvolvimento anormal do cérebro, mas não ocorrem na população normal. A mutação diretamente ligado à condição das crianças foi localizada no gene da sintetase da asparagina, ou ASNS, o qual controla a produção do metabolito asparagina a partir de outros aminoácidos.
Duas outras famílias localizadas no Canadá tiveram filhos que nasceram com problemas semelhantes. A análise Genética apontou para as mutações nos mesmos genes ASN.
Ao investigar os casos, os pesquisadores descobriram que cada um dos pais nestas quatro famílias compartilhavam uma característica recessiva rara que, por acaso, combinaram para resultar em um distúrbio do desenvolvimento recém-identificado em seus filhos. Mais casos são susceptíveis de vir à tona agora que a mutação do gene foi identificado.
Goldstein destacou que outras deficiências semelhantes na sintetização de aminoácidos que causam problemas neurológicos foram identificados recentemente. Estas condições têm mostrado melhora com o uso de suplementos alimentares, sugerindo que os prejuízos causados ​​pela mutação dos genes ASNS podem se beneficiar da suplementação de asparagina.
Um tema emergente é que, com estes aminoácidos “não essenciais”, o metabolismo deles não importa“, disse Goldstein. “Esta via metabólica é importante, e pode ser que a quantidade de asparagina seja a chave, ou uma formação da toxina nesse caminho causado pela mutação.
OMS classifica 2,4-D como provável cancerígeno
A Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC), ligada à Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgou no último dia 22 sua revisão sobre o agrotóxico 2,4-D, classificando-o como provável cancerígeno para seres humanos. O produto é o terceiro agrotóxico mais usado no Brasil, sendo aplicado nas culturas de arroz, aveia, café, cana-de-açúcar, centeio, cevada, milho, pastagem, soja, sorgo e trigo. É classificado como extremamente tóxico.
Pelas evidências científicas já acumuladas e por essa definição mais recente do IARC, vê-se que se trata de produto que já deveria estar com seus dias contados e a caminho da banimento, como já fizeram em 1997 Dinamarca, Suécia e Noruega.
Na contramão desse processo segue a CTNBio, que em decisões recentes liberou a comercialização de variedades de soja e milho transgênicos resistentes exatamente ao 2,4-D. Assim, um produto que deveria sair do mercado acaba de ver no Brasil enorme possibilidade de perpetuar e aumentar suas vendas, à custa da saúde pública e do ambiente.
Em março, a mesma agência classificou o glifosato, ingrediente do herbicida mais usado no Brasil e no mundo, também como provável agente carcinogênico para humanos.
Após a nota do IARC a Anvisa comprometeu-se a concluir a reavaliação toxicológica do glifosato. Espera-se que agora assuma o mesmo compromisso no que se refere ao 2,4-D.
Fontes:
– Green MedInfo: Stage-dependent toxicity of 2,4-dichlorophenoxyacetic on the embryonic development of a South American toad, Rhinella arenarum.
– RSurgente: Novos riscos dos transgênicos na agricultura: o herbicida 2,4-D, componente do “agente laranja”
– RSurgente: Encontro debate como tornar efetivo o direito à informação sobre agrotóxicos
– Natural News: Brain development requires asparagine for normal development and function
– Food Exposed: Asparagine essential for Brain Development.
– Em Pratos Limpos: OMS classifica 2,4-D como provável cancerígeno


terça-feira, 24 de novembro de 2015

Projeto de criação e conservação de abelhas é inaugurado em Araras


Unindo dois de seus principais propósitos, a preservação ambiental e o desenvolvimento da comunidade, a distribuidora de energia Elektro, por meio do Instituto Iberdrola Brasil, inaugurou, no ultimo dia 29, o projeto socioambiental Cuida Colmeia, na cidade de Araras. O evento foi realizado no Centro Ambiental Aehda (Associação de Educação do Homem de Amanhã de Araras).

O projeto, patrocinado pela Elektro, por meio do Instituto Iberdrola Brasil, é uma parceria com a Aehda e tem o objetivo de capacitar jovens e adultos a fim de promover a educação ambiental e a conservação das espécies de abelhas. No total, serão beneficiados 15 participantes que receberão mensalmente uma bolsa-auxílio para ajudar na renda mensal. “A ideia é que, no futuro, possamos comercializar o mel que será produzido ali e, assim, reverter parte da verba para entidades filantrópicas”, afirma Karine Torres, gerente de Segurança e Meio Ambiente da Elektro.

Cuida Colmeia Araras

Crédito: Marco Flávio

A escolha deste tema é muito relevante devido ao silencioso desaparecimento das abelhas. De acordo com pesquisas divulgadas na revista americana Science, no início deste ano, o número de abelhas caiu 40% nos Estados Unidos, e 50% na Europa, em pouco mais de duas décadas. Embora não se tenha dados concretos no Brasil, a sensação de apicultores brasileiros é a mesma: as abelhas estão sumindo. Como consequência, a vegetação diminui, e, com ela, a produção de oxigênio e o equilíbrio de temperatura e de ciclos de chuvas. Além disso, as abelhas são responsáveis por 80% de toda a polinização de vegetação, inclusive de alimentos.

Estiveram presentes no evento a representante do Instituto Iberdrola Brasil, Renata Ferreira Chagas, e de autoridades da cidade como o vice-prefeito Carlos Alberto Jacovetti, a presidente da Câmara Municipal, Magda Celidório, vereadores, representantes da Uniararas e da diretoria da Aehda.

Fonte: Jornal Opinião Araras – Lucas Nery

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Fabricantes de pesticidas gastam milhões para ocultar desaparecimento de abelhas



Quinta, 19 de novembro de 2015 em IHU

Dois neonicotinoides amplamente usados na fabricação de pesticidas parecem prejudicar seriamente as colônias de abelhas, segundo um estudo da Escola de Saúde Pública de Harvard. Em abril de 2015, a revista Science publicou dois estudos adicionais que corroboram as descobertas de Harvard sobre neonicotinoides utilizados no tratamento de sementes para mais de 140 cultivos. Estes pesticidas sistêmicos fabricados pela BayerSyngenta e Monsanto são absorvidos pelas raízes e folhas e distribuídos através de toda a planta, incluindo seu pólen e néctar.
A reportagem é publicada por Mapocho Press, 01-11-2015. A tradução é de André Langer.
Para os polinizadores, a exposição de baixo nível pode levar a efeitos subletais, como alteração de aprendizagem, deficiência na busca de alimentos e imunosupressão; a exposição a níveis superiores pode ser letal.
Em resposta à evidência científica deste tipo, as três principais empresas produtoras de pesticidas – BayerSyngenta Monsanto – participam de campanhas massivas de relações públicas, efetuadas a um custo que ultrapassa os 100 milhões de dólares e empregando táticas similares àquelas utilizadas durante décadas pelas grandes fumageiras para negar os efeitos perniciosos na saúde pública.
Como informara Michele Simon em um estudo da Friends of the Earth (Amigos da Terra), estas táticas incluem a criação de distrações para culpar qualquer coisa, menos os inseticidas, pelos colapsos documentados nas populações de abelhas, incluindo, por exemplo, acusações contra os agricultores por suposto mau uso dos pesticidas. Estas empresas também atacam os cientistas e jornalistas para desacreditar suas conclusões.
Ao mesmo tempo, BayerSyngenta e Monsanto tentam comprar credibilidade mediante o cultivo de alianças e associações estratégicas com agricultores, apicultores e organizações agrícolas com a esperança de se representarem como “amigos das abelhas”. Assim, por exemplo, a Monsanto anunciou a formação de um Conselho Assessor da Abelha Melífera, uma aliança estratégica de executivos da Monsanto e outros. A Associação Britânica de Apicultores recebeu um importante financiamento da BayerSyngenta e outras empresas de inseticidas. Em troca, os inseticidas foram aprovados como “amistosos com as abelhas”.
Como relatou Rebeca Wilce para a PR Watch, “em vez de agir sobre um problema que ameaça a produção de alimentos em todo o mundo, as empresas de inseticidas pegaram uma página do manual de jogadas da indústria do tabaco para aumentar de maneira gradual os esforços para semear dúvidas sobre a magnitude do problema e sobre o seu próprio potencial papel na crise”. Na contramão, assinalou Wilce, a União Europeia colocou em prática uma proibição de dois anos para o uso dos três neonicotinoides mais comuns: imidacloprid, clotianidina e tiametoxam.
Escrevendo para a Wired, em junho de 2014, Brandom Keim informou sobre outro estudo da Friends of the Earth que mostra as floriculturas de grandes lojas da América do Norte, incluindo Home DepotLowe e Walmart, vendendo plantas com propaganda de ‘ostensivamente amigáveis com as abelhas’, mas que, na verdade, contêm altos níveis de neonicotinoides. O estudo descobriu que 36 de 71 (51%) amostras de plantas de jardim compradas nas principais floriculturas de 18 cidades dos Estados Unidos e Canadá continham pesticidas neonicotinoides. 40% das amostras positivas continham dois ou mais tipos de neonicotinoides. “Infelizmente”, escreveram os autores do relatório, “os jardineiros residenciais não têm ideia de que na realidade podem estar envenenando os polinizadores através de seus esforços para plantar jardins amistosos com as abelhas”.
Embora os principais meios de notícias, por exemplo, o New York Times, o Washington Post e a National Public Radio publicaram dois anúncios de capa com marca Nature sobre os efeitos negativos dos neonicotinoides nas abelhas, mas não informaram sobre as campanhas de relações públicas da BayerSyngenta e Monsanto, que têm como objetivo minar as conclusões dos estudos científicos e desviar a culpa dos pesticidas.
Do mesmo modo, esses meios de imprensa cobriram o anúncio da Lowes de que já não venderá mais produtos que contenham neonicotinoides, mas não informaram que as plantas “amistosas com as abelhas” vendidas nas floriculturas nos Estados Unidos na realidade podem estar enganando os clientes bem intencionados e expondo os polinizadores aos neonicotinoides em seus próprios jardins familiares.
Fonte:
Michele Simon, “Follow the Honey: 7 Ways Pesticide Companies Are Spinning the Bee Crisis to Protect Profits,” Friends of the Earth, April 28, 2014, http://www.foe.org/news/blog/2014-04-follow-the-honey-7-ways-pesticide-companies-are-spinning-bee-crisis .
Rebekah Wilce, “Pesticide Firms Use Tobacco Playbook to Spin Bee Crisis,” PR Watch, Center for Media and Democracy, May 12, 2014, http://www.prwatch.org/news/2014/05/12468/pesticide-industry-uses-big-tobacco-playbook-spin-bee-crisis#sthash.gy3guWE9.dpuf.
Timothy Brown et al., “Gardeners Beware 2014: Bee-Toxic Pesticides Found in ‘Bee-Friendly’ Plants Sold at Garden Centers across the U.S. and Canada,” Friends of the Earth, June 2014, http://www.foe.org/projects/food-and-technology/beeaction.
Brandon Keim, “How Your Bee-Friendly Garden May Actually Be Killing Bees,” Wired, June 25, 2014,http://www.wired.com/2014/06/garden-center-neonicotinoids.