Ela sai do ninho mãe virgem e segue até o local do novo ninho. O segundo e último vôo da rainha será o vôo nupcial, no qual ela voa, sofre a fecundação por machos que já estavam à sua espera e volta para o ninho. A partir deste momento ela desenvolve a fisogastria (crescimento do abdômen devido ao desenvolvimento dos ovários) e devido ao seu tamanho desproporcional, nunca mais voará.
Rainha fisogástrica com seu abdômen desenvolvido |
A rainha é morfologicamente (formato de suas estruturas corpóreas) deferente das operárias. Esta diferença pode ter 2 diferentes origens dependendo do gênero da espécie em questão: se for do gênero Melipona a diferença será devido à genética do individuo, ou seja, a genética do individuo determinou que nascesse uma rainha; se for de qualquer outro gênero de abelha sem ferrão a diferença será devido à quantidade de alimentação que esta ingeriu na fase larval. Porém esta questão ainda é bastante discutida entre os cientistas, principalmente em relação ao gênero Melipona, pois ainda não é plenamente conhecido se a diferenciação é somente pela genética da larva, ou se existem outros fatores contribuindo para a formação da rainha neste gênero.
Todas as abelhas sem ferrão, com exceção das abelhas do gênero Melipona, produzem rainhas em uma célula de cria especial, chamada de célula real. A célula real tem um tamanho visivelmente maior que as células "normais" de operárias. Portanto mais alimento larval será depositado nesta célula, consequentemente a larva vai comer mais e ficar com um tamanho diferente das larvas de operárias. A metamorfose desta larva vai originar uma rainha com características morfológicas bastante deferentes das operárias, não só uma diferença de tamanho.
Célula real com tamanho diferenciado das demais |
Se o mesmo for feito nas abelhas do gênero Melipona, só obteremos cerca de 1/4 de rainhas, mesmo fornecendo muito alimento. Isso acontece porque a determinação da casta de rainha neste gênero é controlada por fatores genéticos, que determinam que aproximadamente 1/4 de todos os ovos de fêmeas que a rainha põe tem "potencial" de se tornarem rainhas. "Potencial" é o termo correto porque se eles não forem alimentados com um mínimo de alimento necessário, eles se tornarão operárias.
Esta diferença na produção de rainhas foi, durante muito tempo, usado como um fator de classificação taxonômica das abelhas sem ferrão. As Meliponas eram agrupadas em um grupo, os "Meliponini", e os outros cerca de 30 gêneros eram chamados de "Trigonini". Esta classificação é bastante didática, pois ajuda a explicar a diferença que existe na diferenciação da casta de rainha, como vimos anteriormente. Porém ela já está ultrapassada e não é mais utilizada. Atualmente, o grupo é classificado da seguinte forma:
Ordem Hymenoptera
Superfamília Apoidea
Família Apida
Subfamília Apinae
Tribo Meliponini
Atualmente, "Meliponini" é a tribo que engloba todas as abelhas sem ferrão, e não existe mais divisão em dois grupos de acordo com o tipo de produção de rainhas. Simplesmente 1 (um) dos 32 gêneros de meliponinios (como podemos nos referir à tribo "Meliponini") produz rainhas de uma maneira diferente dos outros 31, o gênero Melipona.
Os gêneros existentes estão listados a seguir:
Aparatrigona
Camargoia
Celetrigona
Cephalotrigona
Dolichotrigona
Duckeola
Friesella
Plebeia
Proplebeia (Extinto)
Ptilotrigona
Scaptotrigona
Frieseomelitta
Geotrigona
Lestrimelitta
Leurotrigona
Melipona
Meliwillea
Mourella
Scaura
Schwarziana
Schwarzula
Tetragona
Nannotrigona
Nogueirapis
Oxytrigona
Parapartamona
Paratrigona
Paratrigonoides
Partamona
Tetragonisca
Trichotrigona
Trigona
Trigonisca
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