quinta-feira, 14 de maio de 2015

Syngenta patrocina “colheita de mel” em RC

Seria peso na consciência?!
Segue matéria:

por Carlos Marques - publicada em 24. 4. 2014
Fonte: Guia Rio ClaroA primeira retirada de mel do meliponário da Escola Municipal Agrícola de Rio Claro será feita nesta sexta-feira (25). Faz parte do projeto a Syngenta, empresa acusada na Europa de produzir agrotóxico que está dizimando as abelhas

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Segundoa prefeitura, a novidade será marcada por uma série de atividades que incluem curso sobre abelhas sem ferrão – chamadas abelhas melíferas – que produzem mel nos meliponários. A programação tem início às 9 horas.
Segundo o diretor da Escola Agrícola, João Batista Miranda, o meliponário, que foi implantado na unidade no ano passado, é mais um avanço nas atividades pedagógicas oferecidas aos alunos, que agora contam com conhecimento prático da criação de manejo de abelhas sem ferrão. “Estamos ampliando o leque de opções aos estudantes e reforçando nossa escola como referência no ensino agrícola”.
A implantação do meliponário tem parceria da prefeitura, por meio da Secretaria Municipal da Educação, com a Unesp e a empresa Syngenta, responsável pelo investimento no projeto e que comanda o curso a ser ministrado nessa sexta-feira na Escola Agrícola. Entre os palestrantes estão o especialista em abelhas sem ferrão, Jerônimo Villas-Bôas, e o professor do departamento de biologia da Unesp, Osmar Melaspina.
O outro lado da inocência
O projeto patrocinado pela empresa Syngenta, em parceria com a Unesp de Rio Claro, pode estar encobrindo interesses diversos dos enunciados ingenuamente pela Prefeitura de Rio Claro. A mortandade de abelhas tornou-se acontecimento corriqueiro no mundo do século XXI, inclusive no Brasil. O fenômeno foi batizado de Colony Collapse Disorder (CCD) e identificado inicialmente nos Estados Unidos no inverno em fins de 2006, quando apicultores relataram perdas de 30% a 90% de suas colmeias.
Na Europa, a Syngenta e a Bayer, duas das maiores produtores de agrotóxicos do mundo, processam a União Europeia por proibir o uso de inseticidas considerados mortíferos para as abelhas no ano passado (Syngenta e Bayer processam EU por suspender inseticida considerado toxico para abelhas).
Em janeiro, a Agência Europeia de Segurança Alimentar (EFSA) anunciou que três tipos de inseticidas neonicotinóides produzidos pelas empresas e usados nas lavouras de milho, canola, girassol e algodão afetavam o sistema nervoso dos insetos. Com base no estudo, a Comissão Europeia quer, agora, proibir o uso dos compostos pelos próximos dois anos no continente.
Em recente estudo publicado na revista Science, o autor principal e professor de biologia da Universidade de Sussex, Dr. Dave Goulson, diz que a “exposição a pesticidas neonicotinoides, que são uma neurotoxina em essência, estava afetando a capacidade das abelhas de aprender, de encontrar o caminho de volta para casa, de navegar, de coletar alimento, e assim por diante, o que não é surpreendente se acaso percebermos se tratar de neurotoxinas. (Milhões de abelhas morrem por causa de agrotóxicos da Bayer e Syngenta).
Na região, estudos ainda não concluídos relatam perdas de até 100% das colmeias nas cidades de Descalvado e Pirassununga analisadas entre os meses de janeiro e agosto de 2013, afetando enormemente a produção de mel e, consequentemente, a polinização de diversos produtos agrícolas.
O mais recente caso no Brasil, com relato às autoridades, ocorreu em fevereiro na região de Dourados (MS), onde 70 colmeias de um único apicultor feneceram em poucos dias, selando o destino de quase 3,5 milhões de abelhas, que produziam mais de 1 tonelada de mel ao ano. “Há forte suspeita de que a morte das abelhas foi provocada pela aplicação de um inseticida da classe dos neonicotinoides em um canavial”, conta Osmar Malaspina, professor do Instituto de Biociências da Unesp de Rio Claro (Duelo desigual).

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