segunda-feira, 4 de maio de 2015

Meliponicultura é alternativa para a agricultura familiar

ASSECOM/EMATER07 abr 2015 11:12
Fonte: Portal do Governo do Rio Grande do Norte

A criação de abelhas nativas sem ferrão, ou abelhas indígenas – a meliponicultura – é uma boa alternativa para pequenos produtores que tem interesse em diversificar a produção, ao lado da apicultura (criação de abelhas do gênero Apis, que possuem o ferrão).

As duas práticas tem características específicas e contribuem para o desenvolvimento econômico sustentável, com a preservação do meio ambiente.

Segundo o engenheiro agrônomo da Emater-RN da região de Mossoró, Victor Hugo Pedraça, uma das vantagens da meliponicultura é a dispensa de indumentárias para a manipulação dos enxames e a possibilidade de criá-las em lugares diversos, como casas, apartamentos e chácaras. Diferente da apicultura, que requer um manejo específico e cuidados com a segurança, já que as abelhas possuem alto comportamento ofensivo. 

“Ambas são benéficas ao meio ambiente, pois são responsáveis pela polinização de muitas espécies vegetais utilizados na dieta do ser humano”, comentou Victor Hugo. 

A abelha sem ferrão produz menos mel que as do gênero Apis, no entanto o valor de mercado do produto chega a ser até 15 vezes maior. Um exemplo é a Jandaíra (Melipona subnitida), que chega a produzir até 1,5 litros de mel por temporada. A Uruçu Nordestina (Melipona Scutellaris) produz até 5 litros de mel por temporada. 

Contrapondo esses valores, abelha africanizada pode produzir mais de 100 quilos de mel. Na apicultura outros produtos podem ser explorados, como o pólen apícola, um suplemento de uso culinário, e a geleia real, entre outros. 

A meliponicultura é propicia em qualquer região, desde que se crie a abelha nativa daquele lugar e evitem a todo custo, a introdução de espécies que não são típicas do local em que se pretendem. 

No Brasil, existem mais de 350 espécies de abelhas sem ferrão. Pelo menos 40 delas são criadas racionalmente. De acordo com Victor Hugo Pedraça, é necessário identificar a abelha nativa que existe na sua localidade. No Rio Grande do Norte, uma das mais comuns é a abelha Uruçu (M. scutellaris), nativa da região litorânea, mas pode ser criada em regiões serranas. 

PORTARIA - A única ressalva, no momento é a Portaria nº 444, 17/12/2014, produzida pelo IBAMA e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO), proibindo a criação de algumas espécies de abelhas sem ferrão, entre elas a Uruçu Nordestina. A proibição é baseada em um estudo científico de uma determinada área do país, de que aponta a possibilidade de extinção, mas que acabou generalizando a medida para todo o Brasil. “Por isso, é necessária prudência e aguardar até que a Confederação Brasileira de Apicultura e outras instituições possam, através de notas técnicas, revogar o documento em questão, para retomarmos o comércio e a criação de colônias de abelhas dessa espécie”.  

Outras espécies que podem ser criadas em qualquer região do estado - do litoral à depressão sertaneja - é a Jandaíra (M. subnitda), Rajada (M. alsivai), Moça Branca (Frisiomellita varia), Amarela (F. duodenale), Mosquito (Plebeia flavocincta), Canudo e Cupira. “Para os iniciantes, a espécie jandaíra é a que apresenta o mais fácil manejo”, concluiu o engenheiro agrônomo.

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