quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Adaptação de coletores "Tira e Põe", na produção de própolis da abelha Tubi - Barra do Corda, MA, BR

Uma adaptação muito interessante, misturando duas tecnologias: a tecnologia de extração de própolis das abelhas africanizadas Apis Mellifera com a rusticidade das abelhas sem ferrão!
Muito boa aplicação... prova de que podemos ser muito criativos e desenvolver novos métodos.

Mensagem Doce nº 118 de 2012

Helder Rocha de Souza1,3 , Wilson Amorim Melo2 & Patrícia Maia Correia de Albuquerque3
1PPGBC/UFMA heldersouza.br@gmail.com
2Meliponário Abelha Nativa Tubi abelhanativatubi@hotmail.com
3UFMA/LEA - Laboratório de Estudos Sobre Abelhas patemaia@hotmail.com


Figura 1 - Wilson Melo e o filho Pedro Melo

"Este é o trabalho
de uma luta de 28 anos
que conseguimos revolucionar
em menos de 60 dias.
Sendo que as abelhas
não ficam agressivas
e você as explora
com muitas facilidades"
(Wilson Melo)
Própolis da abelha Tubi

A produção de própolis da abelha Tubi, Scaptotrigona aff. postica Latreille, 1807 é uma atividade importante da meliponicultura que ocorre no município de Barra do Corda, região central do estado do Maranhão, Brasil. Esta própolis é utilizada como matéria-prima para elaboração artesanal de cremes, extratos alcoólicos, sabonetes e méis compostos, que são utilizados pela população em função de suas propriedades terapêuticas e valores nutricionais. Há 28 anos o meliponicultor Wilson Melo iniciou sua criação de abelhas Tubi e possui acima de 800 colmeias distribuídas em seus 16 meliponários (Figura 1).

Modelos de colmeias utilizadas

Dois modelos de colmeias são utilizados atualmente para a criação de Tubi, sendo um que consiste em numa caixa retangular com laterais e fundo fixo e tampa removível (Figura 2) e o outro, é o modelo AIDAR (Figura 3), que pode utilizar até 3 alças sobrepostas ao ninho. Em ambos os casos a Tubi se adaptou muito bem, porém, ao longo dos anos, Sr. Wilson Melo observou que houve maior produção de própolis e pólen nas colmeias AIDAR. A produção de mel por colmeia não ultrapassou 100g por ano.

A produção convencional de própolis

A utilização das colmeias mostradas nas (Figura 2 e Figura 3), para produção de própolis promove grande interferência nas atividades biológicas no interior dos ninhos. Em ambos os casos é necessário que se abra a tampa, e com a utilização de ferramenta cortante coleta-se a própolis (Figura 4). Este manejo submete a colônia a um elevado nível de stress provocado pela alteração brusca da temperatura interna, aumento significativo de luminosidades, rompimento de estruturas fixadas na tampa (potes de alimento e favos) e forte vibração provocada pelo corte da própolis. As abelhas ficam incomodadas com este manejo e o aguçado instinto de defesa da Tubi é despertado, o que ocasiona ataques intensos ao meliponicultor.

Adaptação dos coletores "T & P" para abelha Tubi

Os coletores TP (Figura 6 e Figura 7) foram adaptados nas laterais das alças dos dois tipos de colmeias utilizadas pelo Sr. Wilson Melo, porém no modelo AIDAR (Figura 5) observou-se melhores resultados. As vantagens encontradas pelo meliponicultor foram: menor agressividade das abelhas, menos interferência no ninho, facilidade no manejo, manutenção da integridade da coleta, maior facilidade do corte da própolis em local adequado e menor possibilidade de contaminação. Após a esta etapa de avaliações preliminares, o grupo de pesquisadores do Laboratório de Estudos Sobre Abelhas - LEA dará continuidade às pesquisas sobre a produção de própolis da abelha Tubi em colmeias adaptadas, cujo objetivo é a contribuição com o desenvolvimento da meliponicultura no estado do Maranhão.

Apoio: FAPEMA


Figura 2 - Colmeia "Cabocla"

Figura 3 - Colmeia PNN

Figura 4. Coleta com abertura do ninho

Figura 5. Colmeia AIDAR com coletor TP

Figura 6. Coletor TP propolizado pela Tubi

Figura 7. Coleta de própolis com coletor TP

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