sábado, 11 de abril de 2015

Agroecologia e a criação de abelhas sem ferrão - ASF

Entende-se por agroecologia um conjunto de princípios e métodos para o desenvolvimento de agroecossistemas sustentáveis. Ela associa o conhecimento técnico e as experiências dos agricultores para construir sistemas agrícolas complexos com dependência mínima de insumos externos.

Trata-se de uma importante alternativa ao agricultor familiar frente às dificuldades econômicas, tecnológicas, sociais e ambientais impostas pelo sistema convencional de produção.

Nesse contexto, a criação racional de abelhas sem ferrão, denominada de meliponicultura, apresenta-se como uma atividade totalmente integrada à produção agroecológica e que contempla os três pilares da sustentabilidade, o econômico, o social e o ambiental.

Como são importantes polinizadoras das plantas silvestres e também de plantas cultivadas, como café, morango, girassol, pimentão, tomate, entre muitas outras, as abelhas sem ferrão – ASF contribuem diretamente na reprodução dessas plantas e, consequentemente, na conservação de ambientes naturais e na produção de alimentos para o ser humano e seus animais domésticos.

A formação de frutos e sementes é fundamental para a reprodução das plantas e depende, na maioria dos casos, do processo chamado polinização.

Como as abelhas são os principais agentes polinizadores, no caso das culturas agrícolas, as ASF ao desempenhar esse importante serviço ambiental de polinização contribuem para a melhoria da produtividade e da qualidade de frutos e sementes.

Dessa forma, a prática da meliponicultura integrada a uma produção agrícola diversificada e que considere a manutenção dos ambientes naturais, além de propiciar melhorias na produtividade das culturas, pode ser mais uma opção de renda para os agricultores familiares ao disponibilizar inúmeros produtos com alto valor agregado (mel, pólen e própolis). Essa atividade também poderá enriquecer a dieta dessas famílias pelo consumo do mel e do pólen. Criadores mais tecnificados terão outras opções de geração de renda, como a comercialização de colônias e, no futuro, o aluguel para serviços de polinização.

A criação de abelhas sem ferrão

A criação de abelhas sem ferrão é uma atividade milenar, iniciada pelos indígenas presentes nas Américas Central e do Sul, antes da colonização europeia. Essas abelhas, que pertencem ao grupo Meliponini, são encontradas nas regiões tropicais e subtropicais, e constituem mais de 400 espécies no mundo. No Brasil, existem cerca de 300 espécies, o que nos torna o país com maior abundância de espécies deste grupo. Como o nome já destaca, as abelhas sem ferrão não picam (possuem um ferrão atrofiado) sendo, em geral, inofensivas. Contudo, as espécies mais agressivas se defendem com as mandíbulas, mordendo o invasor.

A mais conhecida é a Jataí, cujo mel é muito apreciado. Ela é uma abelha sem ferrão pequena e muito mansa, comum em ambientes urbanos e rurais. Mas existem muitas outras, das mais variadas cores e tamanhos: Canudo, Guaraipo, Iraí, Jandaíra, Mandaçaia, Mirim, Tubuna, Uruçu, entre outros. É preciso lembrar que os nomes populares citados podem pertencer a espécies diferentes, dependendo da região.
As ASF produzem mel com altíssima qualidade e sabor diferenciado. Podem produzir de 1 a 5 litros de mel por colônia, por ano, dependendo da espécie.
Infelizmente, elas estão em sério risco de extinção por causa do desmatamento, queimadas e ação predatória do homem. Algumas espécies das regiões sul e sudeste já desapareceram de determinadas localidades. As espécies de plantas que dependem delas para a polinização também estão em risco de desaparecer.

Fonte: Folheto Embrapa

Nenhum comentário:

Postar um comentário