sábado, 28 de novembro de 2015

Derrubado PL 7.948 contra os criadores de abelhas

Muito bom!!
Recebi por email esta notícia e replico na íntegra:

"Com grande felicidade as demandas de todos e da AMA ajudaram a derrubar a lei que queria acabar de vez com os criadores de abelhas.

Ontem a AMA MOGIANA recebeu resposta oficial das das demandas que tinha contra esta PL, abaixo o principal documento.

REQUERIMENTO Nº003622/2015
(Sr. Danrlei de Deus Hinterholz)
Requer a retirada de tramitação do Projeto de
Lei nº 7.948, do Sr. Danrlei de Deus Hinterholz,
de 2014, que “Dispõe sobre o exercício
profissional de apicultor e meliponicultor e dá
outras providências”.
Senhor Presidente,
Requeiro, nos termos do art. 104 do Regimento Interno da Câmara dos
Deputados, a retirada de tramitação do Projeto de Lei nº 7.948, do Sr. Danrlei de
Deus Hinterholz, de 2014, que “Dispõe sobre o exercício profissional de apicultor e
meliponicultor e dá outras providências”.
Sala das Sessões, 25 de novembro de 2015.
Danrlei de Deus Hinterholz
Deputado Federal – PSD/RS


Marcelo
Mogi Mirim - SP"

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Microcefalia: Herbicida 2,4-D Pode Estar Ligado ao Surto da Condição noNordeste do País

Conforme já veiculado na mídia, sabe-se que a provável causa da Microcefalia não é este herbicida, mas sim o ZICA Vírus.
Devido este novo dado eu iria excluir esta matéria, mas como já foi postada e contém outras informações sobre este herbicida contendo no final as fontes de pesquisa, optei por mantê-la apenas como referencia para pesquisa e não como causadora da microcefalia!
Agradeço o comentário do leitor Paulo, que com suas palavras nos leva a pensar além do divulgado!

em 12 de novembro de Notícias Naturais
Microcefalia Herbicida 24-D Pode Estar Ligado ao Surto no Nordeste do PaísA mídia alarmou esta semana sobre o surto de microcefalia no Nordeste do país. Mas o que não foi noticiado e, possivelmente pode ser a causa, é o uso indiscriminado do herbicida 2,4-D.
herbicida 2,4-D (ácido diclorofenoxiacético) foi desenvolvido a partir de 1940, durante a Segunda Guerra Mundial, sendo na década de 1960 um dos componentes do agente laranja (junto com o 2,4,5-T, na Guerra do Vietnã). É um produto que tem eficácia contra plantas de folhas largas, sendo por isso utilizado para desbastar as florestas, em mais uma guerra provocada, onde os EUA alegava seu uso para poder “enxergar seus inimigos”. Porém, mais do que isso, foi usado como arma química, causando a morte e malformações em milhares de pessoas (**). Ironicamente, a empresa Dow é do mesmo país (EUA) que se diz contra as armas químicas e usa esta “justificativa” para poder atacar agora a Síria.
Abaixo, o estudo sobre a toxicidade do herbicida 2,4-D e sua relação à microcefalia:
A toxicidade aguda e crônica de curto prazo tanto do herbicida n-butil éster do ácido 2,4-diclorofenoxiacético (2,4-D) e uma formulação comercial (CF) foram avaliados em embriões Rhinella arenarum (antigamente chamado de Bufo marinus)  em diferentes estágios de desenvolvimento. 
Os efeitos adversos foram analisados ​​por meio das curvas iso-toxicidade para mortalidade, malformações, susceptibilidade dependente de fase, e características ultra-estruturais. 
Para todas as condições experimentais, o CF foi mais tóxico, até 10 vezes,  do que o ingrediente ativo, sendo a fase de boca aberta (S.21) a mais sensível ao herbicida. Para as condições de tratamento contínuo, o desenvolvimento embrionário inicial foi o mais suscetível ao 2,4-D e ao LC50 respectivamente. 

Além disso, tanto o ingrediente ativo quanto o CF foram altamente teratogênicos, resultando em tamanho reduzido do corpo, atraso no desenvolvimento, microcefalia, agenesia das guelras, e processos de proliferação celular anormal, como principais efeitos adversos. 

De acordo com a EPA dos EUA, o 2,4-D em cenários agrícolas pode ser até três vezes mais elevado do que os valores NOEC para efeitos teratogênicos relatados neste estudo. Portanto, eles podem representar um risco para os anfíbios. Este estudo também destaca a relevância de informar a susceptibilidade dos embriões em diferentes estágios de desenvolvimento tanto para o ingrediente ativo e o CF dos agroquímicos, a fim de proteger os organismos não visados.

Leonardo Melgarejo, da Campanha Permanente contra os Agrotóxicos,alertou que a sociedade está sendo enganada com o discurso de que a presença dos agrotóxicos limita-se à lavoura. “Esse tema diz respeito igualmente ao campo e à cidade. Não existe uma ingestão diária aceitável de agrotóxico, nem um limite mínimo que pode ser considerado seguro. O consumo anual de veneno no Brasil já supera o estágio do balde por pessoa”, disse o engenheiro agrônomo.
Falta apoio de universidades e laboratórios
Carlos Paganella, procurador do Ministério Público do Rio Grande do Sul e coordenador do Fórum Gaúcho de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos, afirmou que a Anvisa tem sido insuficiente para barrar o uso de substâncias como o paraquat, o 2,4 D e o glifosato. Além disso, acrescentou, muitas dessas substâncias estão sendo utilizadas para outros fins do que aqueles que são indicados. “O glifosato está sendo usado para dessecar o trigo e antecipar a safra. O Mertin 400, um fungicida de contato da Syngenta, está sendo usado para combater um caramujo nas lavouras de arroz irrigado, o que é uma insanidade que coloca em risco a fauna destas áreas”, apontou. “Temos uma situação de descontrole e falta de fiscalização e somos fracos. Não temos a Universidade Pública trabalhando do nosso lado, produzindo pesquisas e estudos científicos sobre essa realidade. Também não temos o apoio de laboratórios de referência, uma condição necessária para resolvermos o tema das perícias”, assinalou ainda Paganella.
O procurador apontou outros buracos na regulação que alimentam essa situação de descontrole. Segundo ele, hoje, o maquinário agrícola não tem registro e regulação alguma. Além disso, acrescentou, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) é omissa no tema da pulverização aérea, o que permite que aeronaves façam a pulverização sem observar margens de segurança e distâncias mínimas em relação a fontes de recursos hídricos e áreas habitadas. A pulverização terrestre também é feita sem regra alguma. Para completar esse quadro,o contrabando de agrotóxicos segue ativo e, segundo algumas pessoas que atuam na área, é mais rentável hoje que o tráfico de drogas. Outra ausência de regulação apontada por Paganella é a falta de notificação compulsória, pelos médicos, dos casos de contaminação por agrotóxicos.
O desenvolvimento do cérebro requer asparagina para o desenvolvimento normal e função
A asparagina é considerada ser um aminoácido não essencial. A proteína é encontrada em carnes, laticínios e nozes. Os cientistas descobriram que uma mutação genética recessiva que afeta a síntese da asparagina afeta o desenvolvimento essencial do desenvolvimento do cérebro normal e função.
Os pesquisadores de genética da Universidade Duke publicaram suas descobertas na revista Neuron, no dia 16 de outubro. A pesquisa sobre o aminoácido não essencial começou quando duas famílias separadas em Israel, ambas de ascendência judaica iraniana, tiveram filhos com circunferência da cabeça menor que cresce progressivamente atrofiada, acompanhados por profundo atraso no desenvolvimento e convulsões.
Este aminoácido não essencial tem diferentes níveis dentro e fora do sistema nervoso central, e pode ser que dentro do sistema nervoso central, que ele desempenhe um papel fundamental“, disse David B. Goldstein, Ph.D., diretor do Center for Human Genome Variation e professor de Genética Molecular e Microbiologia e professor de biologia na Escola de Medicina da Universidade Duke. “O que é interessante neste caso é se nós podemos trabalhar como ele funciona, um tratamento pode ser a suplementação de asparagina na dieta.”
Goldstein e seus colegas analisaram variantes genéticas que foram compartilhadas pelos dois filhos afetados pelo desenvolvimento anormal do cérebro, mas não ocorrem na população normal. A mutação diretamente ligado à condição das crianças foi localizada no gene da sintetase da asparagina, ou ASNS, o qual controla a produção do metabolito asparagina a partir de outros aminoácidos.
Duas outras famílias localizadas no Canadá tiveram filhos que nasceram com problemas semelhantes. A análise Genética apontou para as mutações nos mesmos genes ASN.
Ao investigar os casos, os pesquisadores descobriram que cada um dos pais nestas quatro famílias compartilhavam uma característica recessiva rara que, por acaso, combinaram para resultar em um distúrbio do desenvolvimento recém-identificado em seus filhos. Mais casos são susceptíveis de vir à tona agora que a mutação do gene foi identificado.
Goldstein destacou que outras deficiências semelhantes na sintetização de aminoácidos que causam problemas neurológicos foram identificados recentemente. Estas condições têm mostrado melhora com o uso de suplementos alimentares, sugerindo que os prejuízos causados ​​pela mutação dos genes ASNS podem se beneficiar da suplementação de asparagina.
Um tema emergente é que, com estes aminoácidos “não essenciais”, o metabolismo deles não importa“, disse Goldstein. “Esta via metabólica é importante, e pode ser que a quantidade de asparagina seja a chave, ou uma formação da toxina nesse caminho causado pela mutação.
OMS classifica 2,4-D como provável cancerígeno
A Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC), ligada à Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgou no último dia 22 sua revisão sobre o agrotóxico 2,4-D, classificando-o como provável cancerígeno para seres humanos. O produto é o terceiro agrotóxico mais usado no Brasil, sendo aplicado nas culturas de arroz, aveia, café, cana-de-açúcar, centeio, cevada, milho, pastagem, soja, sorgo e trigo. É classificado como extremamente tóxico.
Pelas evidências científicas já acumuladas e por essa definição mais recente do IARC, vê-se que se trata de produto que já deveria estar com seus dias contados e a caminho da banimento, como já fizeram em 1997 Dinamarca, Suécia e Noruega.
Na contramão desse processo segue a CTNBio, que em decisões recentes liberou a comercialização de variedades de soja e milho transgênicos resistentes exatamente ao 2,4-D. Assim, um produto que deveria sair do mercado acaba de ver no Brasil enorme possibilidade de perpetuar e aumentar suas vendas, à custa da saúde pública e do ambiente.
Em março, a mesma agência classificou o glifosato, ingrediente do herbicida mais usado no Brasil e no mundo, também como provável agente carcinogênico para humanos.
Após a nota do IARC a Anvisa comprometeu-se a concluir a reavaliação toxicológica do glifosato. Espera-se que agora assuma o mesmo compromisso no que se refere ao 2,4-D.
Fontes:
– Green MedInfo: Stage-dependent toxicity of 2,4-dichlorophenoxyacetic on the embryonic development of a South American toad, Rhinella arenarum.
– RSurgente: Novos riscos dos transgênicos na agricultura: o herbicida 2,4-D, componente do “agente laranja”
– RSurgente: Encontro debate como tornar efetivo o direito à informação sobre agrotóxicos
– Natural News: Brain development requires asparagine for normal development and function
– Food Exposed: Asparagine essential for Brain Development.
– Em Pratos Limpos: OMS classifica 2,4-D como provável cancerígeno


terça-feira, 24 de novembro de 2015

Projeto de criação e conservação de abelhas é inaugurado em Araras


Unindo dois de seus principais propósitos, a preservação ambiental e o desenvolvimento da comunidade, a distribuidora de energia Elektro, por meio do Instituto Iberdrola Brasil, inaugurou, no ultimo dia 29, o projeto socioambiental Cuida Colmeia, na cidade de Araras. O evento foi realizado no Centro Ambiental Aehda (Associação de Educação do Homem de Amanhã de Araras).

O projeto, patrocinado pela Elektro, por meio do Instituto Iberdrola Brasil, é uma parceria com a Aehda e tem o objetivo de capacitar jovens e adultos a fim de promover a educação ambiental e a conservação das espécies de abelhas. No total, serão beneficiados 15 participantes que receberão mensalmente uma bolsa-auxílio para ajudar na renda mensal. “A ideia é que, no futuro, possamos comercializar o mel que será produzido ali e, assim, reverter parte da verba para entidades filantrópicas”, afirma Karine Torres, gerente de Segurança e Meio Ambiente da Elektro.

Cuida Colmeia Araras

Crédito: Marco Flávio

A escolha deste tema é muito relevante devido ao silencioso desaparecimento das abelhas. De acordo com pesquisas divulgadas na revista americana Science, no início deste ano, o número de abelhas caiu 40% nos Estados Unidos, e 50% na Europa, em pouco mais de duas décadas. Embora não se tenha dados concretos no Brasil, a sensação de apicultores brasileiros é a mesma: as abelhas estão sumindo. Como consequência, a vegetação diminui, e, com ela, a produção de oxigênio e o equilíbrio de temperatura e de ciclos de chuvas. Além disso, as abelhas são responsáveis por 80% de toda a polinização de vegetação, inclusive de alimentos.

Estiveram presentes no evento a representante do Instituto Iberdrola Brasil, Renata Ferreira Chagas, e de autoridades da cidade como o vice-prefeito Carlos Alberto Jacovetti, a presidente da Câmara Municipal, Magda Celidório, vereadores, representantes da Uniararas e da diretoria da Aehda.

Fonte: Jornal Opinião Araras – Lucas Nery

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Fabricantes de pesticidas gastam milhões para ocultar desaparecimento de abelhas



Quinta, 19 de novembro de 2015 em IHU

Dois neonicotinoides amplamente usados na fabricação de pesticidas parecem prejudicar seriamente as colônias de abelhas, segundo um estudo da Escola de Saúde Pública de Harvard. Em abril de 2015, a revista Science publicou dois estudos adicionais que corroboram as descobertas de Harvard sobre neonicotinoides utilizados no tratamento de sementes para mais de 140 cultivos. Estes pesticidas sistêmicos fabricados pela BayerSyngenta e Monsanto são absorvidos pelas raízes e folhas e distribuídos através de toda a planta, incluindo seu pólen e néctar.
A reportagem é publicada por Mapocho Press, 01-11-2015. A tradução é de André Langer.
Para os polinizadores, a exposição de baixo nível pode levar a efeitos subletais, como alteração de aprendizagem, deficiência na busca de alimentos e imunosupressão; a exposição a níveis superiores pode ser letal.
Em resposta à evidência científica deste tipo, as três principais empresas produtoras de pesticidas – BayerSyngenta Monsanto – participam de campanhas massivas de relações públicas, efetuadas a um custo que ultrapassa os 100 milhões de dólares e empregando táticas similares àquelas utilizadas durante décadas pelas grandes fumageiras para negar os efeitos perniciosos na saúde pública.
Como informara Michele Simon em um estudo da Friends of the Earth (Amigos da Terra), estas táticas incluem a criação de distrações para culpar qualquer coisa, menos os inseticidas, pelos colapsos documentados nas populações de abelhas, incluindo, por exemplo, acusações contra os agricultores por suposto mau uso dos pesticidas. Estas empresas também atacam os cientistas e jornalistas para desacreditar suas conclusões.
Ao mesmo tempo, BayerSyngenta e Monsanto tentam comprar credibilidade mediante o cultivo de alianças e associações estratégicas com agricultores, apicultores e organizações agrícolas com a esperança de se representarem como “amigos das abelhas”. Assim, por exemplo, a Monsanto anunciou a formação de um Conselho Assessor da Abelha Melífera, uma aliança estratégica de executivos da Monsanto e outros. A Associação Britânica de Apicultores recebeu um importante financiamento da BayerSyngenta e outras empresas de inseticidas. Em troca, os inseticidas foram aprovados como “amistosos com as abelhas”.
Como relatou Rebeca Wilce para a PR Watch, “em vez de agir sobre um problema que ameaça a produção de alimentos em todo o mundo, as empresas de inseticidas pegaram uma página do manual de jogadas da indústria do tabaco para aumentar de maneira gradual os esforços para semear dúvidas sobre a magnitude do problema e sobre o seu próprio potencial papel na crise”. Na contramão, assinalou Wilce, a União Europeia colocou em prática uma proibição de dois anos para o uso dos três neonicotinoides mais comuns: imidacloprid, clotianidina e tiametoxam.
Escrevendo para a Wired, em junho de 2014, Brandom Keim informou sobre outro estudo da Friends of the Earth que mostra as floriculturas de grandes lojas da América do Norte, incluindo Home DepotLowe e Walmart, vendendo plantas com propaganda de ‘ostensivamente amigáveis com as abelhas’, mas que, na verdade, contêm altos níveis de neonicotinoides. O estudo descobriu que 36 de 71 (51%) amostras de plantas de jardim compradas nas principais floriculturas de 18 cidades dos Estados Unidos e Canadá continham pesticidas neonicotinoides. 40% das amostras positivas continham dois ou mais tipos de neonicotinoides. “Infelizmente”, escreveram os autores do relatório, “os jardineiros residenciais não têm ideia de que na realidade podem estar envenenando os polinizadores através de seus esforços para plantar jardins amistosos com as abelhas”.
Embora os principais meios de notícias, por exemplo, o New York Times, o Washington Post e a National Public Radio publicaram dois anúncios de capa com marca Nature sobre os efeitos negativos dos neonicotinoides nas abelhas, mas não informaram sobre as campanhas de relações públicas da BayerSyngenta e Monsanto, que têm como objetivo minar as conclusões dos estudos científicos e desviar a culpa dos pesticidas.
Do mesmo modo, esses meios de imprensa cobriram o anúncio da Lowes de que já não venderá mais produtos que contenham neonicotinoides, mas não informaram que as plantas “amistosas com as abelhas” vendidas nas floriculturas nos Estados Unidos na realidade podem estar enganando os clientes bem intencionados e expondo os polinizadores aos neonicotinoides em seus próprios jardins familiares.
Fonte:
Michele Simon, “Follow the Honey: 7 Ways Pesticide Companies Are Spinning the Bee Crisis to Protect Profits,” Friends of the Earth, April 28, 2014, http://www.foe.org/news/blog/2014-04-follow-the-honey-7-ways-pesticide-companies-are-spinning-bee-crisis .
Rebekah Wilce, “Pesticide Firms Use Tobacco Playbook to Spin Bee Crisis,” PR Watch, Center for Media and Democracy, May 12, 2014, http://www.prwatch.org/news/2014/05/12468/pesticide-industry-uses-big-tobacco-playbook-spin-bee-crisis#sthash.gy3guWE9.dpuf.
Timothy Brown et al., “Gardeners Beware 2014: Bee-Toxic Pesticides Found in ‘Bee-Friendly’ Plants Sold at Garden Centers across the U.S. and Canada,” Friends of the Earth, June 2014, http://www.foe.org/projects/food-and-technology/beeaction.
Brandon Keim, “How Your Bee-Friendly Garden May Actually Be Killing Bees,” Wired, June 25, 2014,http://www.wired.com/2014/06/garden-center-neonicotinoids.

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Deputado propõe reclassificação do mel como produto de origem mista

16 de Novembro de 2015 em Revista Globo Rural

Hoje a fiscalização do mel e derivados é a mesma aplicada aos grandes frigoríficos, granjas e laticínios
POR VENILSON FERREIRA
O projeto 3358/15 de autoria do deputado federal Alceu Moreira (PMDB/RS) propõe a reclassificação do mel para produto de origem mista (animal e vegetal), o que aprimoraria os procedimentos de fiscalização. Ele explicou que atualmente, como o mel e derivados são classificados como produtos de origem animal, a fiscalização é enquadrada pela mesma aplicada aos grandes abatedouros, frigoríficos, granjas e indústrias de laticínios.

Moreira observa que a legislação é bastante desatualizada, criada 1950, e causa grandes entraves para os apicultores. “No mês de junho, inclusive, o governo editou novas regras para agroindústrias de pequeno porte, mas não incluiu a produção de mel nessa relação”, diz ele.

Pela proposta vai tramitar na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados, os produtos apícolas passam a ser considerados de origem mista, “visto que embora as abelhas pertençam ao reino animal, geram um produto (néctar ou exsudados sacarinos) predominantemente vegetal”. A fiscalização a partir dessa reclassificação será específica e regulamentada pelo Ministério da Agricultura.


segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Nordesta inaugura a primeira casa do mel de abelha sem ferrão no Estado

Fotos: Jaime Pedrosa
A Nordesta, em Arcos, através da Associação de Meliponicultores do Alto São Francisco – Mg, inaugurou nesta quarta-feira a primeira casa do mel de abelhas Melíponas (sem ferrão) no Estado e a terceira no Brasil.
O professor e Biólogo Apiterapeuta Mauro Souza explicou que, o mel destas espécies são os mais procurados pois, possuem os princípios medicinais muito mais ativos. Além disso, elas poder ser criadas nos quintais, próximo das casas porque não existe o risco de acidentes com o ser humano.
No intuito de incentivar a criação desta espécie de abelha, a Nordesta, com a criação da casa do Mel, poderá receber e processar e vender o mel produzido pelos agricultores da região.  O projeto recebe o financiamento do empresário Suiço Serge Bednarczyk, que esteve presente no evento ao lado da ambientalista Anita Studer. Anita disse que na Amazônia também existe uma casa de mel semelhante e esta criada em Arcos é a terceira do Brasil, especializada neste tipo de mel.
A Nordesta já desenvolve vários trabalhos em prol do reflorestamento na região e inclusive estarão participando da COP 21 em Paris de 01 a 12 de dezembro, mostrando seu trabalho durante a conferência.
A 21ª Conferência do Clima (COP 21) será realizada em dezembro de 2015, em Paris, e terá como principal objetivo costurar um novo acordo entre os países para diminuir a emissão de gases de efeito estufa, diminuindo o aquecimento global e em consequência limitar o aumento da temperatura global em 2ºC até 2100. A partir da elaboração da Convenção durante a Rio-92.
Fonte: Portal Arcos

domingo, 8 de novembro de 2015

Abelha nativa brasileira é capaz de compensar o declínio de outros polinizadores

06 de novembro de 2015


Irapuás são capazes de se dispersar por longas distâncias e sobreviver em ambientes fortemente alterados, indica estudo (Trigona spinipes em um galho / foto: Thorben Schoepe)

Elton Alisson | Agência FAPESP – Em quase toda a América do Sul é possível encontrar uma espécie de abelha sem ferrão nativa do Brasil, de cor negra reluzente e bastante agressiva, conhecida popularmente como irapuá ou arapuá (Trigona spinipes).
Um estudo realizado no Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (IB-USP), em colaboração com a University of Texas em Austin, nos Estados Unidos, constatou que a onipresença da irapuá na região sul-americana pode estar relacionada à capacidade de as abelhas reprodutoras dessa espécie se dispersarem por longas distâncias e colonizar habitats degradados.
Dessa forma, essa espécie de abelha pode sobreviver em ambientes fortemente alterados e atuar como um polinizador “de resgate”, compensando o declínio de outros polinizadores nativos.
Resultado de uma pesquisa de pós-doutorado, realizada com Bolsa da FAPESP, e de um Projeto Temático, financiado pela Fundação, a descoberta foi descrita em um artigo publicado na revista Conservation Genetics.
“Já se sabia que abelhas africanizadas [Apis mellifera] exercem a função de polinizador de resgate”, disse Rodolfo Jaffé, primeiro autor do estudo, à Agência FAPESP. “Mas foi a primeira vez que se observou que uma espécie de abelha nativa também possui essa capacidade”, afirmou o pesquisador, que realizou pós-doutorado sob orientação da professora Vera Lucia Imperatriz-Fonseca, do IB-USP e atualmente trabalhando no Instituto Tecnológico Vale Desenvolvimento Sustentável (ITV-DS), em Belém, no Pará, junto com Jaffé.
De acordo com o pesquisador, as irapuás são polinizadoras oportunistas e generalistas – se alimentam e polinizam flores de diversas espécies de plantas nativas e culturas, como cenoura, girassol, laranja, manga, morango, abóbora, pimentão e café –, são dominantes na maioria das redes de interação entre abelhas e plantas e equivalentes às abelhas africanizadas no Brasil
A fim de avaliar se a perda e a fragmentação de áreas de floresta influenciam a dispersão e a dinâmica da população dessa espécie de abelha, os pesquisadores coletaram exemplares do inseto em fazendas de café associadas a fragmentos de Mata Atlântica e em áreas urbanas da cidade de Poços de Caldas, no sul de Minas Gerais.
Por meio de ferramentas de sequenciamento genético de última geração, eles desenvolveram novos marcadores microssatélites – pequenas regiões do DNA, que variam de um indivíduo para outro – e utilizaram esses marcadores para genotipar as abelhas coletadas.
Com base em uma série de softwares disponíveis em um laboratório especializado em genética da paisagem na University of Texas em Austin – onde Jaffé realizou um estágio com Bolsa Estágio de Pesquisa no Exterior (BEPE), da FAPESP –, os pesquisadores estimaram o grau de relacionamento genético entre abelhas coletadas em ambientes com diferentes níveis de degradação.
Ao sobrepor os dados de relacionamento genético das abelhas coletadas em mapas com alta resolução de relevo, tipo de uso da terra e cobertura vegetal da região estudada, eles conseguiram avaliar a influência desses fatores sobre o fluxo gênico (troca da informação genética) entre as abelhas da região.
“Queríamos avaliar se a cobertura florestal, o tipo de uso da terra ou a elevação influenciavam a dispersão e a diferenciação genética das irapuás”, contou Jaffé.
Os resultados das análises estatísticas do estudo indicaram que as irapuás são capazes de se dispersar por longas distâncias, uma vez que não foi encontrada diferenciação genética entre as abelhas coletadas em uma faixa de 200 quilômetros – abelhas encontradas em São Paulo e Poços de Caldas pertenciam a uma mesma população.
Além disso, o fluxo gênico das abelhas não foi afetado pela cobertura florestal, o tipo de uso do solo ou a elevação, indicando que os indivíduos reprodutivos dessa espécie de abelha sem ferrão são capazes de se dispersar tanto por áreas preservadas como também por áreas desmatadas e em diferentes gradientes altitudinais.
“Essa espécie de abelha consegue manter um alto fluxo gênico em diferentes tipos de ambientes. Por isso, pode ser considerada um polinizador de resgate, ao compensar o declínio de outros polinizadores nativos mais sensíveis ao desmatamento”, avaliou Jaffé.
Os pesquisadores também encontraram evidências de uma expansão populacional recente das irapuás, provavelmente causada pelo desmatamento de áreas da Mata Atlântica.
“O desmatamento recente de áreas de Mata Atlântica pode ter causado uma expansão populacional dessas abelhas, provavelmente porque são boas colonizadoras de áreas degradadas”, estimou Jaffé.
Um estudo recentemente publicado por outro grupo de pesquisadores brasileiros no início de setembro, na revista PloS One, integrante de outro Projeto Temático, apoiado pela FAPESP, comparou redes de interação entre abelhas e plantas em todo o Brasil.
Os resultados da pesquisa indicaram que as irapuás se dão melhor em ambientes degradados do que preservados.
“As irapuás têm uma alta capacidade de colonizar habitats degradados”, afirmou Jaffé.
Alta reprodução
Ainda não se sabe muito bem por que as irapuás possuem uma capacidade de dispersão e resistência tão grande em ambientes degradados.
Uma das hipóteses dos pesquisadores é que essa espécie de abelha tem uma taxa de reprodução muito alta.
“Todos os anos, as irapuás produzem uma ou várias colônias-filhas [com, em média, 90 mil operárias], que conseguem se dispersar por longas distâncias”, explicou Jaffé.
Outra hipótese é que os machos conseguem voar a grandes distâncias e se acasalar com rainhas de outros lugares, disse Jaffé.
Além disso, as irapuás constroem ninhos externos e não precisam de ocos ou cavidades de árvores para fazê-los, o que permite que consigam colonizar muitos lugares.
“Esses fatores contribuem muito para aumentar a taxa de dispersão dessas abelhas”, avaliou.
O artigo “Landscape genetics of a tropical rescue pollinator” (doi: 10.1007/s10592-015-0779-0), de Jaffé e outros, pode ser lido na revista Conservation Genetics em link.springer.com/article/10.1007/s10592-015-0779-0.
E o artigo “Native and non-native supergeneralist bee species have different effects on plant-bee networks” (doi: 10.1371/journal.pone.0137198), de Tereza Giannini e outros, pode ser lido na revista PLoS One emjournals.plos.org/plosone/article?id=10.1371/journal.pone.0137198.

sábado, 7 de novembro de 2015

Produção alada

Empresas desenvolvem métodos de criação de insetos para polinização e combate a pragas

EVANILDO DA SILVEIRA | ED. 236 | OUTUBRO 2015 em Pesquisa FAPESP

© LÉO RAMOS
Mamangava (Xylocopa suspecta) em estufa de criação da empresa Florilegus, em Jundiaí (SP)
Mamangava (Xylocopa suspecta) em estufa de criação da empresa Florilegus, em Jundiaí (SP)
Ninhos da abelha nativa mamangava devem estar disponíveis nos próximos meses para venda a produtores de maracujá. Quando presente na plantação, essa abelha aumenta o número de frutos nos maracujazeiros por meio da polinização. Os insetos estão sendo produzidos ainda em escala-piloto pela empresa Florilegus, de São Paulo, que iniciou as atividades em 2013 com o objetivo de produzir e vender ninhos de mamangava da espécie do gênero Xylocopa. “Em vários países, as pessoas e os governos estão se mobilizando para aumentar a presença de polinizadores, essenciais na cadeia produtiva agrícola, que muitas vezes são afetados com o uso intensivo de inseticidas na lavoura”, explica a zootecnista Paola Marchi, fundadora da Florilegus. “O Brasil, por exemplo, é um dos maiores produtores de maracujá e a presença das abelhas de grande porte, como as mamangavas, é essencial porque as flores não polinizadas não geram frutos. Essas abelhas estão cada vez mais escassas nos cultivos e existe uma demanda crescente pelos serviços de polinização”, diz.
Os produtores poderão adquirir ninhos contendo os insetos recém-emergidos, que poderão ser liberados nos cultivos em florescimento. “A quantidade adequada por área e o tempo indicado de permanência nas plantações ainda estão sendo ajustados”, conta Paola. O que se sabe é que essa espécie frequentemente reutiliza seus ninhos antigos e, por isso, pode permanecer nas áreas cultivadas com maracujá por várias gerações. Mas para isso é necessário que haja condições adequadas para sua sobrevivência, como a existência de outras plantas das quais elas possam coletar o pólen, fonte de proteína, porque as flores de maracujá fornecem a ela apenas o néctar, que é a fonte de energia.
Para desenvolver a tecnologia de criação das mamangavas, a pesquisadora estuda aspectos reprodutivos desses insetos, como a capacidade das fêmeas em gerar descendentes. “Além disso, o armazenamento e o período de incubação de indivíduos imaturos estão sendo testados com diferentes temperaturas para prever e manipular o surgimento das mamangavas”, diz Paola. “Estamos desenvolvendo e aperfeiçoando técnicas para multiplicar os ninhos, como também seu transporte e instalação nos cultivos.”

Em outra empresa, a Promip, de Engenheiro Coelho, na Região Metropolitana de Campinas, está em desenvolvimento uma tecnologia para a criação de abelhas nativas para polinização. É uma espécie sem ferrão, conhecida como mandaguari (Scaptotrigona depilis), que vive em colônias e pode polinizar culturas como morango, tomate e café, por exemplo. “Nós começamos o projeto em 2010”, conta o sócio-fundador Marcelo Poletti. “Ele foi dividido em três etapas: avaliação em laboratório da produção em massa, estudo da compatibilidade dos insetos com os produtos químicos usados na agricultura e da eficácia no campo. Estamos na última fase e devemos começar a venda dos ninhos em 2016.”
Matéria na íntegra aqui.

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

O QUE ACONTECE SE TOMAMOS ÁGUA COM MEL DE ESTÔMAGO VAZIO ?

Pode ser apenas boato ou mera suposição, porém, com certeza, mal não faz!

Segue a matéria que recebi por e-mail:

Mel

O que acontece se tomamos água com mel de estômago vazio?

A maioria de nós conhece os beneficios do mel e suas aplicações tanto no âmbito da beleza quanto na gastronomia. O mel é um alimento muito saudável, cheio de benefícios e de múltiplas propriedades que melhoram significativamente a nossa saúde e previnem muitas doenças. No entanto, seus efeitos podem ser mais poderosos quando o combinamos com água e começamos a consumi-lo com maior frequência.
Vários estudos demonstraram que o mel dissolvido na água tem muitos benefícios para a saúde, e essa pode ser uma excelente forma de consumi-lo mais vezes ao dia.
Para que conheça os efeitos deste produto no corpo quando ingerido, a seguir iremos informar os importantes benefícios de consumir água com mel com o estômago vazio.

Pode ajudar a perder peso

O mel é um alimento que proporciona sensação de saciedade e ajuda a controlar os problemas de ansiedade pela comida. Diluir uma colher de mel na água poderia ajudar a perder peso, pois além de fazer com que nos sintamos mais saciados, também controla o mecanismo do cérebro que causa o desejo de ingerir açúcar.

É boa para combater a artrite

artrite

Um estudo realizado pela Universidade de Copenhagen demonstrou que os pacientes que consumiram água com mel sentiram um alívio de suas dores em questão de minutos.
Por esta razão, recomenda-se o consumo de água com mel para prevenir e combater as dores provocadas pela artrite.

Ajuda a reduzir os níveis de colesterol

Em outro estudo, foi determinado que os pacientes com colesterol alto podem chegar a diminuir seus níveis em até 10% dentro de duas horas após ingerir água com mel.
Graças a esse benefício, ela poderia ajudar a resolver problemas de circulação e doenças cardiovasculares. Para obter este benefício os pacientes devem consumir duas colheres de mel (50g) combinadas com 2 copos de água.

Fortalece o sistema imunológico

O mel é um alimento com propriedades antibióticas e antibacterianas que ajudam a manter longe os vírus e bactérias causadores de infecções, gripes e constipações.
A água com mel em jejum é um excelente remédio para aumentar as defesas e prevenir uma grande quantidade de doenças.

Reduz a fadiga

mel

O consumo de água com mel ajuda a combater a fadiga e seus sintomas em questão de uma semana. O mel diluído em água oferece vitalidade ao corpo, incrementa a atividade cerebral e nos mantêm mais ativos.

Aumenta as energias

A água com mel também pode ter poderosos efeitos energizantes que conseguem melhorar o rendimento físico. Ainda que hoje em dia existam muitas bebidas energéticas no mercado, é certo que elas podem ter componentes danosos para o corpo que, a longo prazo, podem afetar a saúde. Uma boa opção é consumir água com mel com o estômago vazio, pois é uma fonte de energia natural que também inclui outros nutrientes importantes para o organismo.

Outros benefícios de beber água com mel de estômago vazio

mel1
  • É um excelente remédio para colocar fim ao “intestino preguiçoso”
  • É uma grande alternativa para lutar contra problemas, como a bronquite, a asma e outras doenças respiratórias
  • Ajuda a eliminar as toxinas que se acumulam no organismo
  • Limpa o trato digestivo e combate os parasitas
  • É um aliado da limpeza do organismo, graças às suas propriedades antibacterianas e antivirais
  • Melhora a função do intestino e destrói os micro-organismos

Modo de preparação

A única coisa que você deve fazer é diluir uma colher de mel orgânico num copo de água morna e bebê-lo em jejum. Esta mistura tem um sabor muito agradável que também lhe vai ajudar a aliviar o stress e outros problemas emocionais.

Para levar em conta…

Esta mistura deve ser consumida todas as manhãs com o estômago vazio, com a finalidade de prevenir doenças e obter ao máximo os seus benefícios. A água em jejum é muito boa para o estômago e o mel oferece um extra de nutrição que inclusive irá beneficiar a saúde da pele. Caso você queira facilitar o trabalho dos rins consumindo este mesmo remédio natural, o ideal é fazê-lo logo antes de dormir, para que possa atuar no organismo durante toda a noite.
O consumo frequente de água morna com mel em jejum pode ajudar a prevenir o envelhecimento precoce e o dano celular, já que favorece tanto a pele quanto os órgãos.

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Pornunça: planta boa para engordar animal e abelha produzir mel, na seca




Mistura de mandioca com maniçoba, a pornunça é a nova opção de planta forrageira que os pesquisadores da Embrapa Semi-Árido recomendam para cultivo nas áreas secas do Nordeste. Com características intermediárias entre as duas espécies, a planta é tolerante a estresses hídricos intensos e produz grande quantidade de folhas que podem ser armazenadas em fenos e silagens para alimentação animal quando a vegetação nativa do semi-árido estiver seca.

O formato das folhas e os frutos da pornunça são semelhantes aos de mandiocas. Os caules, por sua vez, são similares às maniçobas. Com isso, ela herda as qualidades forrageiras e de rusticidade de espécies bem adaptadas ao ambiente da caatinga. Para o pesquisador Josias Cavalcanti, da Embrapa Semi-Árido, a pornunça retém as folhas verdes mesmo com a seca já instalado há vários meses do ano e, além disso, tem boa capacidade de brotação se for podada no período chuvoso. É uma planta que pode ser incorporada aos sistemas de produção pecuária no semi-árido nordestino.

Na propriedade - Francês naturalizado brasileiro há mais de 50 anos, o produtor Jean Claude Vitart tem plantado em sua propriedade cerca de 20 ha de pornunça. O cultivo começou em 1999, ano em que foram iniciadas as pesquisas com a espécie na Embrapa Semi-Árido. Segundo ele, é uma planta que “agüenta tudo”, do sistema irregular de chuva na caatinga ao ataque de pragas. Além do mais, a espécie é fácil de ser multiplicada por meio de manivas – pequenos pedaços do tronco da planta. Isto é uma vantagem que ela tem sobre a maniçoba que é de difícil multiplicação, seja por estacas, seja por sementes.

Por experiência própria, o francês Jean Claude explica que, se houver umidade no solo, e a mani-va de pornunça “pega”, ela não morre mais e cresce numa “velocidade tremenda”. Se o produtor descuidar, a planta chega a crescer tanto quanto a algaroba e atingir alturas que podem chegar a seis metros. Nas áreas urbanas, a pornunça é muito usada para sombrear as frente e os quintais das residências.

Em sua propriedade, Sítio Diana, no município de Lagoa Grande (PE), ele usa a parte aérea para alimentar os animais. Segundo o pesquisador Gherman Garcia Leal Araújo, especialista da Embrapa Semi-Árido em Nutrição Animal, esta é a maneira mais importante de aproveitamento da planta, seja como silagem ou feno. A parte aérea fresca não deve ser fornecida aos animais devido ao risco de intoxicação, recomenda o pesquisador. A trituração é o processo mais importante para reduzir a toxidade e deve ser feita logo após o corte da planta.

O valor nutritivo do feno ou silagem depende da proporção de folhas adicionadas ao processo de trituração. O ideal é que elas sejam colhidas antes do período no qual começam a cair. Nesta fase, estão com seus níveis mais elevados de nutrientes. Jean Claude revela que o resultado de trituração é quase um concentrado proteinado: em 1 kg de feno, 200g são de proteínas com índi-ce de qualidade que se assemelha à da soja devido à presença dos mesmos aminoácidos presentes nesse grão.

Planta melífera - Na Embrapa Semi-Árido ainda está sendo pesquisado o potencial da pornunça como planta melífera. Nos estudos realizados pela pesquisadora Lúcia Helena Piedade Kill, está constatado que a espécie apresenta uma inflorescência muito vigorosa. Em cada nível de ramifi-cação é possível contar até 200 flores. Cada planta, portanto, forma um verdadeiro “pasto” para as abelhas nativas (meliponas) e exóticas (italiana africanizada).

Essas flores permanecem na planta por um período superior às das maniçobas e da maioria das plantas apícolas da caatinga. Além do mais, apresentam néctar que tem concentração de açúcar superior a 50% e oferta pólen diariamente. São qualidades que tornam a pornunça uma opção para integrar os sistemas apícolas do semi-árido.

Mais Informações:

Gherman Garcia Leal Araújo – Pesquisador, Embrapa Semi-Árido – tel. 87 3862 1711.
Endereço eletrônico: ggla@cpatsa.embrapa.br

Marcelino Ribeiro – Jornalista, Embrapa Semi-Árido – tel. 87 3862 1711.
Endereço eletrônico: marcelrn@cpatsa.embrapa.br

Data: 01-08-2003
Fonte: Embrapa/CPATSA