sábado, 24 de setembro de 2016

Instituto Vital Brasil produz soro contra picadas de abelhas africanas

Fonte: O São Gonçalo


O Instituto Vital Brazil (IVB) está produzindo um soro antiapílico, inédito no mundo. O material será usado contra picadas de abelhas africanizadas, o tipo mais comum na América Latina, e, pela primeira vez na história científica, um antiveneno será testado em seres humanos. A pesquisa é realizada, há quatro anos, em parceria com o Centro de Estudos de Venenos e Animais Peçonhentos (Cevap), da Universidade Estadual Paulista (Unesp).
Segundo o diretor científico do IVB, Rafael Cisne, há cerca de 11 mil acidentes com abelhas por ano no Brasil, com média de 140 mortes. Até então, os sintomas eram tratados com anti-inflamatórios e esteroides, que poderiam conduzir a um choque anafilático do paciente. “O soro antiapílico é inédito em todo o mundo e esta será a primeira vez que faremos testes de um antiveneno em seres humanos. O IVB e a Cevap estão na condução de um processo global de pesquisa e produção desse medicamento. Após a liberação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), já produzimos um lote com 1,2 mil ampolas para começarmos os testes clínicos”, explicou Cisne.
Há três meses, pesquisadores dos centros de pesquisa da Universidade Federal do Triângulo Mineiro, da Universidade do Sul de Santa Catarina e do Cevap receberam treinamento para administrar o soro. Os testes clínicos devem começar em breve, com 20 pacientes nas três instituições. Nessa etapa, serão avaliados os efeitos do medicamento e a dose mínima para os indivíduos, entre outras informações importantes.
“Pode parecer óbvio, mas não vamos inocular veneno de abelha em ninguém para realizarmos os testes. Quando um incidente com abelhas for detectado, vamos oferecer o soro antiapílico. No entanto, entre os critérios de inclusão, o paciente precisa assinar um termo de consentimento com a pesquisa e ter mais de cinco picadas de abelha africanizada”, disse o diretor científico do IVB.
A fase de testes clínicos deve durar cerca de 18 meses. Em seguida, terá início a etapa de farmacovigilância, quando o medicamento será disponibilizado para o Sistema Único de Saúde (SUS) e continuará sendo monitorado por 30 meses pelos pesquisadores.

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