quinta-feira, 9 de julho de 2015

Abelha sem ferrão é nova atração no Zoo

Bosque implanta viveiro de insetos para reforçar a polinização das plantas. Visitante pode tocar nas abelhas


O estudante Murilo Frutuoso e os colegas da escola municipal José Delibo foram os primeiros a conhecer o meliponário (Foto: F.L. Piton/A Cidade) 
O Bosque e Zoológico Fábio Barreto ganhou ontem um meliponário (viveiro de abelhas nativas sem ferrão) para intensificar a polinização das plantas. Quem passar pelo local poderá ver e tocar, sem medo, quatro espécies do inseto. São elas: Uruçu-Aramela, Iraí, Mandaçaia e Jataí.
O professor de biologia Osmar Malaspina, da Unesp (Universidade Estadual Paulista), explica que, além de produzirem mel, as abelhas são imprescindíveis para a manutenção da biodiversidade. Isso porque elas realizam a polinização, que é a transferência do pólen de uma flor para outra, permitindo a reprodução das plantas.
“Para a produção de hortaliças, como pimentão, berinjela, morango, pepino, melancia e melão, essas abelhas são extremamente importantes. Elas dão mais variabilidade, quantidade e qualidade a esses produtos”, afirma.
Malaspina conta que existem 20 mil espécies de abelhas no mundo e, pelo menos, 3 mil no Brasil. As abelhas sem ferrão se reúnem em colmeias com, no máximo, 5 mil indivíduos e produzem de 500 a 4 mil mililitros de mel por ano, diferentemente das abelhas com ferrão, cujas colmeias chegam a 50 mil indivíduos, e produzem cerca de 20 quilos de mel por ano.
Segundo o chefe do bosque, Alexandre Gouvêa, o mel produzido pelas abelhas meliponini será utilizado para alimentar os animais do zoológico. “Além disso, as crianças vão ter a oportunidade de tocar nas abelhas. É uma experiência diferente, já que na escola, a gente aprende por meio de fotos”, destaca.
O meliponário agradou aos alunos da escola municipal José Delibo. “Aprendi muitas coisas sobre as abelhas. Nunca tinha tido a curiosidade de pesquisar sobre elas”, comenta Murilo Fruttuoso, 12 anos.
A estudante Vitória de Marco, 13 anos, conta que não sabia da existência das abelhas sem ferrão. “Achei bem interessante. Vou trazer a minha mãe”, diz.
O viveiro também chamou a atenção de Taís Prudêncio, 12, e Caio Leandro, 13. “Gostei, porque elas ficam soltas e não machucam”, observa Taís. “Acho que isso vai ajudar na escola”, pondera Caio.
Para o secretário do Meio Ambiente, Daniel Gobbi, o meliponário vai permitir que os alunos entendam a importância das abelhas na cadeia alimentar. “Sem elas, os outros seres vivos não teriam alimentos”, ressalta.
Multinacional fez doação de 16 mil abelhas
O meliponário do bosque é resultado de uma parceria entre a Secretaria do Meio Ambiente de Ribeirão Preto e a Syngenta, empresa especializada em sementes e produtos químicos voltados para o agronegócio. A multinacional doou as mais de 16 mil abelhas, distribuídas em oito colmeias, duas para cada espécie, buscando desenvolver uma agricultura sustentável.
“Temos o objetivo de promover o incremento da biodiversidade em, pelo menos, 5 milhões de hectares ao redor do mundo e a gente identificou nessas abelhas sem ferrão nativas do Brasil uma oportunidade muito grande de materializarmos isso”, frisa o gerente de segurança de produto, Luiz Dinnouti.
De acordo com o professor Malaspina, somente o grupo de abelhas sem ferrão poliniza até 90% das árvores nativas do Brasil. “Se a gente fosse pagar o serviço que as abelhas prestam para a gente em termos de produção de alimentos, teríamos que depositar € 150 bilhões por ano na conta delas”, salienta.


Por Micaela Lepera


Bom, apesar de haver um certo descompasso quanto ao doador das abelhas e seu foco produtivo serem produtos químicos para o agronegócio, este peso de consciência, ou estratégia comercial, de um modo geral beneficiou a meliponicultura e com certeza trará resultados positivos não só aos animais do zoológico como também ao meio ambiente e à sociedade.
Não deveríamos depender destes produtores para termos mais áreas públicas com estas estruturas e os "Secretários do Meio Ambiente" de cada município deveriam seguir este exemplo e implantar em suas cidades!! A Humanidade agradeceria!!

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