sábado, 2 de dezembro de 2017

Flores projetam halos de luz azul para atrair abelhas (estudo)

Fonte: nsc Santa


Centenas de espécies de flores desenvolveram a capacidade de projetar halos de luz azul invisíveis para os humanos para atrair abelhas polinizadoras, revelaram cientistas em um estudo publicado.
Em experimentos de laboratório, mamangavas (abelhas do gênero bombus) foram atraídas por flores sintéticas projetadas para gerar o mesmo tipo de anéis ultravioleta, segundo a pesquisa publicada na revista científica Nature.
"O efeito ocorre na parte ultravioleta do espectro óptico que não podemos ver", disse à AFP o coautor do estudo, Ullrich Steiner, pesquisador do Instituto Adolphe Merkle em Friburgo, na Suíça. "Mas as abelhas podem".
Os pesquisadores ficaram surpresos com os resultados.
Para começar, a arquitetura em nanoescala da planta produzindo esses halos azuis parece desordenada e varia significativamente de flor para flor.
"Nós sempre presumimos que a desordem que observamos nas superfícies de pétalas era apenas um subproduto acidental da vida - que as flores não podiam fazer melhor que isso", disse o autor sênior Beverly Glover, diretor do Jardim Botânico da Universidade de Cambridge.
"Mas a desordem que vemos na nanoestrutura de pétalas parece ter sido aproveitada pela evolução e acaba ajudando a comunicação floral com as abelhas".
A parceria entre os insetos e as plantas com flores começou mais de 100 milhões de anos atrás.
O mecanismo de reprodução dos animais funciona através da atração sexual. Mas as plantas, enraizadas no chão, tiveram que encontrar outra estratégia para se reproduzir. Elas precisavam de intermediários.
- Mistério resolvido -
Aí entram os pássaros e as abelhas, junto com o vento e qualquer veículo que possa transportar o pólen de uma flor para outra.
Estudos anteriores mostraram que as abelhas em busca de plantas que fornecem néctar são atraídas por odores, mas na maioria das vezes sua escolha é influenciada pelas cores e formatos das pétalas.
As abelhas são especialmente sensíveis à banda de cores no espectro de luz onde o azul se gradua em ultravioleta.
De alguma forma, algumas plantas são geneticamente programadas para "saber" disso. E, no entanto, paradoxalmente, o azul é uma cor relativamente incomum em flores.
"Muitas flores carecem da capacidade genética e bioquímica para manipular a química do pigmento no espectro azul para ultravioleta", disse a coautora Silvia Vignolini, bioquímica da Universidade de Cambridge.
Então, arrumar as moléculas nas pétalas de modo que a luz solar refletida produza um halo azul surgiu como uma estratégia evolutiva para atrair polinizadores.
Esse mecanismo evoluiu "muitas vezes em diferentes linhagens de flores, convergindo, em todos os casos, para esse sinal óptico para polinizadores", disse Glover.
Cientistas não envolvidos no estudo disseram que este respondeu algumas perguntas de longa data.
"Os dados fornecem provas abrangentes de que o halo azul é o sinal visual-chave que atrai abelhas", disse Dimitri Deheyn, cientista da Instituição Scripps de Oceanografia da Universidade da Califórnia, em San Diego.
"Um mistério foi resolvido", comentou no jornal Nature.

sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

AS ABELHAS QUE RECUPERAM A VEGETAÇÃO APÓS INCÊNDIOS



Este é o resultado de uma pesquisa feita pela Universidade de Bolonha, Itália, nas costas mediterrânicas italianas e tunisinas, em que confirma-se “o papel do reparador dos insetos polinizadores” nas áreas que sofreram incêndios ou devastação.
Se não existissem outras razões para lutarmos pela preservação das abelhas e insetos polinizadores - as frutas que comemos - bastaria saber que, com a ação destes animais pequeninos que voam ao vento, de flor em flor, a recuperação das áreas devastadas é muito mais rápida e eficaz, assim informa um artigo do Repubblica.it Bolonha.
Simplesmente descobriu-se que a ação das abelhas, mais até do que a de outros insetos polinizadores, é uma peça-chave na recuperação da vegetação após um desastre ambiental que, de outra maneira, levaria desertificação e empobrecimento dos solos.
A abelha se distingue dos outros polinizadores porque pode ser ajudada pelo ser humano para acelerar esse processo - basta para tal que os ramos queimados sejam pincelados com uma mistura adequada que as alimente, algo doce, claro.

O Estudo

O estudo em questão foi realizado entre 2015 e 2016, na Ligúria, em uma área propensa a incêndios. A pesquisa analisou duas áreas de 400 metros quadrados - cada uma foram selecionadas para o experimento de campo - as áreas ficavam distantes poucos quilômetros entre si. Uma delas tinha o benefício de colmeias de abelhas e a outra serviu de controle. Parcelas experimentais foram demarcadas e verificadas a cada quinzena.
Os resultados dizem que, graças à contribuição activa das abelhas em algumas espécies de plantas ocorre um aumento de mais de mais 50% na produção de sementes.
Até hoje não se sabia que as abelhas, para além de polinizarem e produzirem mel, também seriam tão indispensáveis para a manutenção da biodiversidade e para a recuperação de áreas sujeitas a vários tipos de estresse.
A abelha contribui para a polinização das plantas floríferas cultivadas (cerca de 150-200 espécies em todo o mundo) e selvagens (mais de 350 mil), incrementando esse processo reprodutivo em 75-80%.
Essa pesquisa foi realizada no âmbito do Projeto Mediterranean CooBEEration e foi realizada pelo Departamento de Ciências Agrárias da Universidade de Bolonha, com a participação do Departamento de Ciência Agrícola, Florestas e Alimentação da Universidade de Turim e do Instituto Nacional de Agronômico Tunísia
Você poderá conhecer a fundo o projeto CooBEEration aqui em pdf.