quarta-feira, 16 de março de 2016

A cera de abelha era utilizada para preencher cavidades dentais milhares de anos atrás

Fonte: odonto espacio

04 de março de 2016

Evidência da odontologia pré-histórica tem sido limitada a poucos casos, o mais antigo deles remonta ao período neolítico. Foi encontrada uma mandíbula de 6500 anos de idade no qual observou-se na coroa de um dos caninos um material de enchimento com cera de abelha .

Diferentes métodos aplicados no estudo da amostra mostrou que o dente estava sob um trauma oclusal e apresentou uma fratura vertical, que foi selado com cera de abelha pouco antes do indivíduo morrer.

Se esta informação estiver correta, o procedimento foi realizado a fim de aliviar a dor causada pelos túbulos dentários expostos e à mastigação. Este seria o achado mais antigo em relação ao tratamento restaurador dental.

Imagem referencial dos "microlitos"

Ao longo dos anos tem havido muitas escavações, onde eles encontraram ossadas de seres humanos muito antigas. O crânio mais antigo descoberto até agora tem 14.000 anos de idade.

Durante estas investigações, é inevitável examinar os dentes encontrados. Pesquisadores descobriram em alguns deles, o que parece ser restaurações feitas por nossos ancestrais.

Muitas perguntas podem surgir diante desta evidência, como "com quais instrumentos eram preparadas as cavidades?" ou "com que material eram obturados?", tudo isso foi pouco a pouco sendo esclarecido ao passo que mais descobertas foram surgindo durante as escavações.

Imagem de mandíbula inferior mostrando restauração com cera de abelha

Nas primeiras sociedades de caçadores a incidência de cáries é de apenas 5% a 10%. No entanto, em sociedades assentadas e a base da agricultura, as cáries começam a aparecer em até 80% das pessoas. Este fato foi revelado em 1970 ante as evidências encontradas.
Ume explicação simples é a diferença na alimentação, mais rica em hidratos de carbono.

Da mesma forma foram descobertos nas escavações instrumentos de corte muito pequenos, os quais, segundo os especialistas, eram utilizados para realizar pequenos procedimentos nos dentes e remover os tecidos afetados. Estes instrumentos foram chamados de "microlitos" e funcionavam produzindo desgastes contínuos nos dentes afetados, procedimento que sem dúvida devia ser extremamente doloroso.

Imagem dental interna, mostrando restauração com cera de abelha

Para obturar as cavidades, os odontólogos primitivos se utilizavam do que os especialistas chamaram de "recheios paleolíticos" realizados com cera de abelha em alguns casos e com minerais moldáveis que funcionavam para preencher a cavidade feita.

Referências bibliográficas:
Bernardini F, Tuniz C, Coppa A, Mancini L, Dreossi D,Eichert D, Turco G, Biasotto M, Terrasi F, De Cesare N, Hua Q, Levchenko V. Beeswax as Dental Filling on a Neolithic Human Tooth. PLoS ONE. 2012;7(9):e44904

Autor: Journal Plos One - Fonte: Journal Plos One

terça-feira, 8 de março de 2016

Parabéns a todas as mulheres do mundo!

Saiba como surgiu o Dia Internacional da Mulher


Clara Zetkin (à esq.) - Wikipedia

O Dia Internacional da Mulher é comemorado oficialmente pela 41ª vez nesta terça, 8 de março, mas a homenagem já tem quase um século de vida. 

Em 1911, quando as mulheres não tinham nem direito ao voto em praticamente todo o mundo, o dia delas começava a ganhar o planeta. A homenagem vem não apenas de um fato que aconteceu em um 8 de março de 1857, em Nova York. 

Para se chegar a esta data foram precisos haver uma revolução, protestos violentos e que centenas de mulheres dessem a cara e o corpo para bater e até ser queimado. 

Ainda no final do século XVIII, a escritora britânica Mary Wollstonecraft levantava a questão de como a mulher era tratada. Condições subumanas, carga horária pesada e salários bem mais baixo do que o dos homens já eram apontados para mostrar quanto elas eram consideradas de forma diferente -e, pior, como são até hoje. 

“Por que as mulheres são comparadas a anjos, senão somente para deixá-las abaixo das mulheres? Elas só são anjos quando são jovens e bonitas, consequentemente, não é pela virtude que adquirem esta homenagem”, escreveu Mary Wollstonecraft, em "A reivindicação dos direitos das mulheres", em 1792. 

Assim, menos de 70 anos após a Revolução Industrial, em 1857, trabalhadoras de uma fábrica têxtil, apelidadas então de ‘funcionárias das vestimentas’, protestaram por melhores condições de trabalho em Nova York e o que ganharam a curto prazo foi uma violenta resposta de policiais. 

Mas aquela data não passou em branco dentro da história. Dois anos depois, também em 8 de março, mais mulheres fizeram uma força única e começaram a obter os primeiros direitos de trabalho por intermédio de uma associação. Fato este que impulsionou o direito das mulheres dezenas de anos depois. 

Em 1908 (também em 8 de março), 15 mil mulheres se juntaram na cidade de Nova York e fizeram novo protesto reclamando por seus direitos e também protestando contra o trabalho infantil. Em maio do mesmo ano, o Partido Socialista da América estabeleceu que o último domingo de fevereiro seria o “Dia Nacional das Mulheres”, data mantida até 1913. 

Em 1910, organizações socialistas se encontraram em Copenhague, na Dinamarca. Lideradas pela alemã Clara Zetkin, resolveram adotar uma data fixa para celebrar o dia delas no mundo todo. Ficou acertado que seria em 19 de março, e já no ano seguinte países como Dinamarca, Suíça, Alemanha e Áustria o adotaram. 

Wm 1911, porém, é que acabou dando força ao movimento. Novamente em março, mas agora no dia 25, 141 trabalhadores dos 500 presentes na fábrica, entre mulheres, crianças e adolescentes italianos e judeus europeus, morreram em um incêndio na companhia Triangle Waist Company. A tragédia acabou sendo chamada de, em livre tradução, o ‘trágico incêndio no Triângulo’. 

Após os relatos desesperados e as histórias das condições subumanas que eram implantadas na fábrica, a revolução começava a dar voz e direito às pessoas, principalmente para as mulheres. 

Lideradas pela União das Moças Trabalhadoras do Vestuário e da Liga da União das Trabalhadoras, conseguiram os primeiros avanços. Entre eles, de obrigar que as empresas mantivessem abertas as portas de emergência. Antes, os empresários fechavam todas alegando que havia furto de produtos. 

A data de 8 de março, porém, ganhou força na Rússia. Em 23 de fevereiro de 1917 pelo calendário Juliano, que coincidentemente caiu em 8 de março pelo calendário gregoriano, o czar russo Nicolau II foi obrigado a deixar o governo e garantir o direito ao voto das mulheres. 

Somente em 1975, 64 anos depois da convenção socialista e 30 após a sua criação, as Nações Unidas resolveram adotar a data como oficial para celebrar o Dia Internacional da Mulher.

terça-feira, 1 de março de 2016

Convocação para audiência pública

Fonte: Ministério Público Federal
23 DE FEVEREIRO DE 2016 ÀS 18H35


Audiência pública debate flexibilização em licenciamento ambiental

MPF e MPSP convocam sociedade para debate sobre propostas que tramitam no Congresso e no Conama e podem fragilizar ainda mais a segurança ambiental

Os impactos das alterações no licenciamento ambiental em discussão no Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e no Congresso Nacional serão debatidos dia 8 de março, às 9 horas, na Procuradoria Regional da República. Convocado pelo Ministério Público Federal (MPF), Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP) e conselheiros do Conama, o evento pretende ouvir especialistas e representantes da sociedade civil sobre a flexibilização das normas e da legislação que está sendo proposta.

A audiência pública"Licenciamento Ambiental Ameaçado: propostas de alterações normativas no Congresso Nacional e no Conama" tem o objetivo de debater as três medidas em curso com o objetivo de alterar o modo como é feito hoje o licenciamento ambiental. No Senado, tramita o Projeto de Lei 654/15, do senador Romero Jucá, sobre o tema. Já na Câmara dos Deputados, o Projeto de Lei 3.729/04 também prevê mudanças. Além disso, existe uma proposta de alteração da Resolução Conama 01/86 e 237/97, de autoria da Associação Brasileira de Entidades de Meio Ambiente (ABEMA), que agrega os órgãos ambientais dos governos estaduais).

Embora com regulamentações distintas, os projetos trazem alguma semelhança na abordagem de questões preocupantes - eles flexibilizam a análise de empreendimentos com grande impacto sobre o meio ambiente. Saiba quais são as principais propostas: 

  • Prazos menores para análises técnicas de alta complexidade,

  • Possibilidade de supressão de fases do procedimento de licenciamento, mesmo para projetos que envolvam atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente,

  • Dispensa de documentos essenciais, entre eles o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e Relatório de Impacto Ambiental (RIMA)

  • Ampliação excessiva da discricionariedade (liberdade de decisão) do órgão licenciador na dispensa de etapas e exigências de estudos técnicos

  • Reduzida interferência de órgãos técnicos e da sociedade civil

  • As mudanças também não contemplam o tema do impacto cumulativo de empreendimentos para uma dada região, o que permite análises separadas que ignoram o conjunto dos impactos negativos.

Membros do Ministério Público e técnicos em matéria ambiental manifestam apreensão com essas alterações nas regras do licenciamento, que é ummecanismo fundamental para controlar as atividades que geram impacto ao meio ambiente. “O licenciamento é no Brasil cerne das demandas ambientais e, sabemos, por experiência, que os mais afetados com as consequências ambientais desses empreendimentos são a própria população local”, alerta o procurador regional da República e representante do MPF no Conselho José Leônidas Bellem de Lima, um dos organizadores da audiência.

Obrigatórias para empreendimentos que tenham potencial de gerar líquidos poluentes, resíduos sólidos, emissões atmosféricas e ruídos, as licenças ambientais também controlam o potencial risco de acidentes, como explosões e incêndios. "Isso mostra como temos que ficar atentos em relação a qualquer iniciativa que aumente essas ameaças que afetam a todos", afirma a promotora de Justiça Alexandra Facciolli Martins, do Ministério Público do Estado de São Paulo. "É preciso aprofundar esse debate com a sociedade, pois são os controles estabelecidos pelo licenciamento que permitem evitar desastres como os de Mariana (rompimento da barragem da Samarco)", completa a procuradora regional da República Sandra Kishi, coordenadora do projeto Qualidade da Águas.

Os projetos que tramitam no Congresso e no Conama não só fragilizam o licenciamento mas também a participação social, que é fundamental para garantir a transparência e regularidades dos licenciamentos”, afirma Carlos Bocuhy, presidente do Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental (Proam).

Como funciona - O licenciamento ambiental é um procedimento administrativo pelo qual são autorizadas a localização, instalação, ampliação e operação de qualquer empreendimentos e/ou atividades que empregam recursos naturais ou que possam causar algum tipo de poluição ou degradação ao meio ambiente.

A concessão da licença é feita pelos órgãos ambientais estaduais e, quando se tratar de grandes projetos com o potencial de afetar mais de um estado, também pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). As normas estão estabelecidas principalmente na Lei 6.938/81 e nas resoluções do Conama e na Lei Complementar 140/11, que fixa normas de cooperação entre as três esferas da administração (federal, estadual e municipal) na defesa do meio ambiente.

O evento é promovido pela 4ª Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal e pelo Ministério Público do Estado de São Paulo e tem o apoio do Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental (PROAM), Coletivo de Entidades Ambientalistas de São Paulo (CEAC), Coletivo em Defesa das Águas, Instituto de Estudos de Direito e Cidadania (IEDC), Centro de Estudos de Aperfeiçoamento Funcional da Escola Superior do Ministério Público de São Paulo (CEAF-ESMP) e Escola Superior do Ministério Público da União (ESMPU).

Leia aqui o edital da audiência pública e a Carta de Princípios sobre a importância do licenciamento ambiental e sua manutenção em todas as estâncias da sociedade brasileira.

Audiência pública:"Licenciamento Ambiental Ameaçado: propostas de alterações normativas no Congresso Nacional e no Conama"
Data: 8 de março de 2016, terça-feira
Horário: 9h00
Local: auditório da Procuradoria Regional da República da 3ª Região
Endereço: Av. Brigadeiro Luís Antônio, 2020 – Cerqueira César, São Paulo/SP

5 motivos para se preocupar com a flexibilização das regras do licenciamento ambiental

COMO É

COMO PODE FICAR

Nos licenciamentos de obras e grandes empreendimentos de impacto ambiental, é frequente que análises técnicas e científicas sejam desconsideradas pelas autoridades que detêm o poder licenciador. Também é comum, sobretudo nas obras públicas, que a licença seja outorgada pelo próprio interessado em realizar o empreendimento.

Há propostas para diminuir os prazos dessas análises técnicas de alta complexidade, sob o argumento de dar celeridade aos procedimentos para obtenção da licença ambiental.

 

Todo procedimento ambiental é desmembrado em três fases. A primeira avalia se o projeto como um todo é viável do ponto de vista socioambiental. Depois, é emitida uma licença prévia. A fase seguinte analisa os danos decorrentes de sua instalação, sendo expedida uma licença de instalação após essa análise.

As mudanças normativas que hoje tramitam querem abrir a possibilidade de supressão de fases do licenciamento, mesmo em projetos que envolvam atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente.

Estudos de Impacto Ambiental e Relatórios de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) são documentos obrigatórios para de uma licença ambiental. Seu objetivo é fazer uma rigorosa análise prévia da viabilidade ambiental do empreendimento. Apesar de serem documentos obrigatórios, é comum que os EIA/RIMA não cumpram totalmente sua finalidade.

Apesar disso, entre as mudanças previstas nas regras do licenciamento está a dispensa deles e de outros de documentos técnicos essenciais.

A esfera política muitas vezes se sobrepõe à esfera técnica, sobretudo em projetos propostos pelos executivos. Portanto, com as atuais regras do licenciamento ambiental, frequentemente aquele que propõe o empreendimento (o Estado) é aquele mesmo que tem o poder de aprovar. Isso se soma à fiscalização insuficiente ou, muitas vezes, inexistente sobre o cumprimento das condicionantes estabelecidas nas licenças.

Apesar disso, existe o risco de se aumentar a discricionariedade (liberdade de decisão) do órgão licenciador, na análise dos projetos.

É necessário ampliar as esferas de debate dos temas ligados ao licenciamento ambiental. A sociedade civil é ouvida, mas somente para dar cumprimento a uma formalidade, com pouco ou nenhum potencial para provocar grandes mudanças.

No entanto, em vez de ampliarem os mecanismos de controle social nesse processo, as propostas que hoje se apresentam reduzem ainda mais a participação da sociedade civil, bem como dos demais órgãos técnicos e da comunidade científica.

 

Assessoria de Comunicação Social
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