sábado, 27 de dezembro de 2014

Adaptação

Hoje pensando um pouco nas abelhas na natureza, achei que as iscas não simulam muito bem o que se encontra no meio do mato. Criei então um pequeno adaptador:



Assim algumas abelhas terão área para fazer sua entrada, sem contar que agora parece mais com um orifício numa árvore! Quem sabe também não fica mais atrativo para as abelhas?!

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Curso: Inimigos naturais

Forídeos

Os forídeos são insetos que pertencem a ordem dos dípteros (popularmente conhecidos como moscas e mosquitos). Existem aproximadamente 3000 espécies de forídeos e muitas delas são parasitas de colônias de formigas e abelhas. Existem quatro gêneros que são um dos principais inimigos das abelhas que são: Pseudohypocera, Aphiochaeta, Melittophora e Melanoncha. Quando adultos não fazem mal a colônia, porém suas larvas parasitam principalmente os potes de pólen e as células de cria. Eles atacam as colônias quando estão fracas, ou com potes de alimento rompidos ou células de cria amassadas. Entram na colônia por frestas, principalmente na tampa, ou no momento em que permanecem abertas para manejo. Deve-se ter especial atenção após uma divisão de colônia, pois é um momento bastante delicado para as abelhas e se forem atacadas por forídeos a colônia pode não resistir. Uma maneira simples e eficiente de combater esses parasitas é através da armadilha para forídeos que nada mais é que um pequeno recipiente contendo vinagre no interior. O recipiente deve ser tampado e possuir um pequeno orifício para que os forídeos entrem. Esse tipo de armadilha somente com vinagre é bastante eficiente, porém algumas pessoas dissolvem um pouco de pólen junto, ou até mesmo folhas de espécies vegetais que possuem alcalóides ou outros produtos tóxicos. É conveniente espalhar armadilhas no meliponário, não apenas no interior da colônia. Essas armadilhas externas podem ser confeccionadas com garrafas de refrigerante com vinagre no interior e alguns furos na região superior.

Espécie de forídeo encontrado que parasita algumas espécies de abelhas sem ferrão
Ele deposita seus ovos nos potes de alimento ou mesmo nas células de cria, onde suas larvas vão se alimentar de mel, pólen e de larvas e pupas.
Pilhagem

Outras abelhas podem roubar recursos das abelhas sem ferrão. As abelhas melíferas (Apis melifera), quando atraídas, na maioria das vezes, pelo cheiro da alimentação artificial, podem entrar e saquear colônias, assim como a abelha sem ferrão Irapuá (Trigona spinipes) que não é criada racionalmente. Existe ainda uma espécie de abelha sem ferrão especializada em roubar recursos, a Lestrimelitta limao (nome vem do cheiro de limão que ela possui), conhecida popularmente como Iratim. Esta abelha só saqueia outras espécies, tendo como principais alvos a Jataí, Iraí e Mirim, no estado de São Paulo.

Lestrimelitta limao (Iratim). Elas tomam conta da entrada da colônia saqueada.

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Curso: Técnicas de produção (pólen)

Colheita e processamento de pólen

Em grande parte das espécies de abelhas sem ferrão, o pólen armazenado nos potes passa por um processo natural de fermentação, que o deixa com sabor bastante ácido. Nesta situação ele pode ser colhido simplesmente retirando os potes que estão na melgueira (ou em qualquer parte da caixa) e abrindo-os com ajuda de uma espátula. O congelamento dos potes de pólen antes da retirada do pólen pode ser utilizado para facilitar a separação do pólen do cerume dos potes.

O pólen fermentado pode ser consumido in natura ou pode ser desidratado (ver a seguir). In natura, ele pode ser misturado ao mel, na proporção de uma parte de pólen para três de mel, formando uma ótima geleia que pode ser usada em pães, vitaminas e frutas.
Milkshake de pólen: experimente bater uma colher de sopa de pólen fermentado com duas colheres de sopa de mel e um copo de leite.

Pólen nos potes
Um novo método desenvolvido por Cristiano Menezes e Ayrton Vollet permite que o pólen seja colhido ainda fresco, antes de sofrer o processo de fermentação, de maneira que o sabor é muito suave e a textura bem fina. Este método só foi testado com mandaguari até o momento (Scaptotrigona depilis). Neste método, uma colônia doadora de forrageiras é levada para uma distância de 5 metros do seu local original e no lugar dela é colocada uma caixa vazia contendo cera, alguns potes vazios e o tubo de entrada da colônia doadora. Nesta nova caixa, as operárias forrageiras vão construir potes de mel e pólen, que garantidamente vão ser novos. Após sete dias pode-se realizar a colheita do pólen da mesma maneira como é feita para o pólen fermentado. O processo deve ser realizado apenas em períodos de abundância de alimento, nesse caso algumas colônias podem produzir até 110g de pólen fresco em uma semana.

O pólen pode passar por dois tipos básicos de processamento e armazenamento:

1. Refrigeração: Mantendo o pólen a baixas temperaturas (-5 a 0ºC) suas propriedades físico-químicas são mantidas, bem como o sabor. Tanto o pólen fresco como o fermentado podem ser armazenados desta maneira, sem que estraguem ou passem por processos de fermentação.

2. Desidratação: Em uma estufa ou forno, o pólen fresco ou fermentado deve ser colocado em recipientes furados, que permitam a passagem de ar (peneiras, por exemplo), e expostos a temperaturas de 50-60ºC por algumas horas, até que ele fique totalmente desidratado. Nestas condições o pólen perde algumas propriedades físico-químicas, bem como seu sabor e textura.

TV Unesp fala sobre abelhas

"As abelhas são consideradas um indicador natural de equilíbrio ambiental e ainda produzem mel e propólis, muito usados na alimentação humana. Elas também são grandes responsáveis por polinizar a maioria das frutas que comemos e 73% das espécies vegetais cultivadas no mundo são polinizadas por alguma espécie de abelha.
Fomos até a Unesp de Bauru para conversar com o jovem pesquisador Zenon Zago, que pesquisa a rotina de diferentes abelhas nativas da região e nos conta sobre o comportamento das abelhas, sua situação atual e como podemos ajudar a preservá-las.
Já o Altair é apicultor em Bauru e nos conta sobre sua experiência na extração de mel e própolis."

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Curso: Técnicas de produção (mel)

Colheita e processamento de mel

A colheita e processamento do mel das abelhas sem ferrão é um processo passível de contaminação, portanto deve seguir normas higiênicas. Métodos tradicionais como o de arrebentar os potes e deixar escorrer pela caixa não devem ser utilizados, pois ocorre contaminação com fezes de abelhas e outros detritos.

A colheita do mel depende fortemente da espécie da abelha e caixa utilizada. Espécies muito pequenas (como a Jataí) tendem a fazer potes pequenos, os quais podem ser removidos das colônias e esmagados em recipiente limpo ou o mel pode ser sugado com uma seringa.

O método de sucção é bastante higiênico. Através de uma bomba, ou seringa, o mel é sugado dos potes. Porém, este é um processo demorado e que causa uma formação acentuada de bolhas no mel, podendo afetar suas propriedades. Porém, dependendo do modelo de caixa, é a única opção.

O método mais recomendado é o de tombamento da melgueira, pois reúne rapidez e eficiência, higiene e, também, um melhor aproveitamento de todos os potes. O "pulo do gato" está na caixa utilizada (veja seção "caixas"), que deixa o ninho em um compartimento inferior cujo espaço é ocupado somente pelo ninho. Os potes de mel são construídos na melgueira, um quadro adicional que fica acima do ninho que possui uma base de madeira, onde os potes são colocados. É importante que a altura interna da melgueira tenha o tamanho dos potes da espécie em questão, formando apenas uma camada de potes.
Quando a melgueira está cheia de potes, ela é retirada da colônia e levada para um local adequado (casa do mel). É importante espantar as abelhas da melgueira. Neste caso, um fluxo de ar com uma bomba manual pode fazer com que elas desçam para o ninho; não sopre, é anti-higiênico. Na casa do mel as abelhas podem ser sugadas e devolvidas para as colônias (ver seção "sugador automático").
Os potes de mel são então perfurados com ajuda de uma faca e a melgueira é virada sobre um recipiente, fazendo com que o mel escorra dos potes. Entre o recipiente e a melgueira deve existir um filtro (no caso utilizamos um tecido sintético, o "voai" ou organza), para que não caiam abelhas e outros detritos no mel.

Colheita de mel com o uso de seringa

Furando e virando os potes de mel sobre um filtro
O mel colhido pode passar por quatro tipos diferentes de armazenamento e processamento.

1. Maturação: O mel deve ser armazenado em recipientes de vidro hermeticamente fechados e mantido em temperatura ambiente. Nos vidros o mel vai sofrer um processo natural de fermentação, adquirindo um sabor levemente ácido, resultado da quebra de carboidratos em alcoóis. Após um tempo este processo cessa e o produto está maturado. É importante que os vidros sejam abertos semanalmente, para que haja liberação de gás. Uma alternativa é usar rolha de cortiça para fechar os vidros, uma vez que nesta tampa a passagem de ar acontece naturalmente, evitando-se ter que abrir e fechar periodicamente os vidros. A maturação demora cerca de três meses para estabilizar e o sabor original é alterado, ficando um pouco ácido.
2. Refrigeração: Mantendo-se o mel em baixas temperaturas (0 a 10ºC), o processo de fermentação não acontece e o mel mantém as suas características originais por vários anos, tanto físico-químicas, quanto de sabor.
3. Desumidificação: Este processo consiste em retirar a umidade do mel, de maneira que se iguale ao de Apis melifera, com cerca de 20% de umidade, para que não seja possível a proliferação de microorganismos. Para tanto o mel deve ser colocado em bandejas e mantido em uma sala com desumidificador, até que atinja a umidade desejada.
4. Pasteurização: É um processo para impedir a proliferação de microorganismos que estejam presentes no mel. Utilizando-se de equipamentos simples, como um termômetro de laticínios e uma panela, o mel deve chegar a uma temperatura de 65ºC em banho maria, mexendo sempre, e depois de apenas 15 segundos nesta temperatura, deve ser retirado do fogo e fechado imediatamente, deixando a temperatura baixar. Pode ser armazenado em temperatura ambiente até sua abertura. Neste processo o mel pode sperder algumas de suas propriedades originais, tanto físico-químicas, como de sabor.

Pasteurização: É um processo para impedir a proliferação de microorganismos que estejam no mel.

O negócio da meliponicultura

A criação de abelhas sem ferrão está se tornando um negócio lucrativo em Água Branca:


http://g1.globo.com/al/alagoas/gazeta-rural/videos/t/edicoes/v/criacao-de-abelhas-sem-ferrao-esta-se-tornando-um-negocio-lucrativo-em-agua-branca/3846350/

domingo, 21 de dezembro de 2014

Curso: Sugadores de abelhas

O sugador de abelhas é uma das ferramentas mais importantes para a meliponicultura. Sua principal utilização é durante as transferências e divisões de colônias. É usado para capturar os indivíduos da colônia, especialmente as operárias jovens que têm pouca capacidade de coar e, geralmente, ficam perdidas nessas ocasiões. Depois de capturadas elas devem ser devolvidas à nova colmeia. O sugador também é muito útil quando é preciso coletar indivíduos específicos dentro das colônias, como rainhas virgens, machos, abelhas marcadas, etc.

Existem dois modelos simples de sugadores, ambos baseados na sucção pela boca do meliponicultor. O modelo mais antigo e tradicionalmente  usado é feito com dois tubos ligados paralelamente na tampa de um pote, sendo um dos tubos tampado com uma tela para impedir a passagem das abelhas para a boca da pessoa. O outro tubo é aberto e é por ele que as abelhas são sugadas para dentro do pote. Para devolver as abelhas, basta abrir o pote e despejá-las dentro da colônia.


O segundo modelo, derivado deste primeiro, é feito com tubos de diferentes diâmetros formando um tipo de funil. Na última conexão entre os tubos, antes de chegar à boca da pessoa, há uma tela que impede a passagem das abelhas. As abelhas são sugadas pela ponta mais fina do tubo e ficam presas na parte mais larga. Este último modelo tem uma vantagem para devolver as abelhas, pois basta soprar o tubo e elas saem por onde entraram. Porém a capacidade de retenção de abelhas é menor, pois o acúmulo delas dificulta a passagem do ar.

Apesar de relativamente eficientes, fáceis de serem confeccionados e usados, os modelos de sugadores bucais têm dois problemas: o tempo que leva para sugar as abelhas e a ingestão de detritos provenientes da própria colônia ou do meio em que ela se encontra. Pensando nisso, algumas pessoas têm desenvolvido modelos de sugadores baseados na sucção por meio de uma bomba de ar, como por exemplo, uma bomba de encher colchão inflável.
Algumas pessoas usam motores de secador de cabelos, bombas de geladeira, aspiradores de pó, etc. Teoricamente, outros tipos de bombas podem funcionar, basta que haja um fluxo de ar contínuo.

Inicialmente ocorreram problemas com a abelha Jataí, por causa de seu pequeno tamanho e fragilidade. A sucção do equipamento era muito forte para elas e algumas operárias morriam ao serem sugadas. Esse problema pode ser resolvido com alguns pequenos furos na parte posterior, que permitem a diminuição na pressão da sucção e um pano que amortece o impacto. As outras espécies maiores não tiveram problemas, nenhuma abelhas morre, mesmo com a pressão alta. A vantagem dos buracos é que eles podem ser tampados com uma fita gomada ou mantidos abertos, assim a pressão pode ser aumentada ou diminuída de acordo com a espécie que for trabalhar. Para despejar as abelhas, basta conectar o sugador na parte da bomba que sopra o ar e liberar as abelhas diretamente na caixa de destino final ou em outro compartimento (como um tubo com tela na ponte) para depois despejar na caixa.


sábado, 20 de dezembro de 2014

Curso: Aquecedores de baixo custo para meliponicultura

As abelhas gastam energia, tempo e recursos no processo de manutenção de uma temperatura adequada para a realização das atividades internas e para o desenvolvimento da cria. Além disso, em condições de e extremo frio, as colônias passam por situações críticas que podem culminar na morte da colônia. Portanto, promover o aquecimento artificial das colônias durante o inverno pode melhorar o desempenho (aumento da produção de cria, menor consumo de mel), bem como evitar perdas de colônia.

Apesar da grande variedade encontrada, estima-se que uma variação entre 28 e 32°C seja ideal para o desenvolvimento da maioria das espécies. Deve-se atentar ao superaquecimento das caixas, uma vez que este fenômeno pode prejudicar a colônias de maneira mais drástica do que o resfriamento. Portanto, mesmo em regiões muito frias e durante o inverno, recomenda-se a utilização do aquecedor somente em horários que a temperatura esteja abaixo dos 20ºC.

O modelo de aquecedor apresentado abaixo foi desenvolvido por Cristiano Menezes e Ayrton Vollet Neto. É uma alternativa aos aquecedores para abelhas nativas já apresentados na literatura, principalmente por apresentar um custo de montagem, manutenção e consumo baixos. Além disso, pode ser utilizado em qualquer tipo de caixa.

O sistema é constituído de uma caixa de isopor retangular (12x15x7cm), encontrada facilmente em casas de embalagens, sem a tampa, ou seja, com o lado de cima aberto. Com o auxílio de fita adesiva, toda a parte interna fica forrada com papel alumínio. Em um dos lados de 12cm dois furos permitem a passagem dos fios que irão se conectar ao soquete de cerâmica, onde lâmpadas vermelhas de 7 Watts são plugadas. Um pequeno pedaço de isopor serve como apoio para o soquete, de forma a manter a lâmpada numa altura média na caixa de isopor. O comprimento do fio varia de 30cm até 3 metros de acordo com a disponibilidade de tomadas.

A rede elétrica que alimenta os aquecedores pode ser ligada a um termostato de maneira que este pode ser programado para ligar a corrente quando a temperatura ambiente diminuir abaixo de 19ºC e cortar a corrente quando a temperatura ambiente ultrapassa os 20ºC. Outra opção é o uso de temporizadores, que controlam o tempo em que a rede é ligada, mantendo os aquecedores ligados apenas durante a noite.



Segunda enxameação e nova isca!

Ontem a última nova colmeia enxameou novamente!!


É a segunda vez em três meses!
Aproveitei então que o dia estava favorável e armei mais uma isca Pet, desta vez bem mais camuflada:


Coloquei num lugar com bastante movimentação de pedestres e onde tem uma colmeia de Mandaçaia, outra de Limão e também de Jataí!


Meu alvo é a Mandaçaia... vamos ver se capturo!

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Glifosato encontrado em 45 por cento dos europeus analisados

Uma notícia preocupante publicada na Argentina... segue tradução:



Um químico da indústria agrícola, potencial carcinogênico, é encontrada no corpo de 45 por cento dos habitantes urbanos analisados ​​na Europa. O produto em questão: o glifosato, o agroquímico mais utilizado em todo o mundo.
 Por Leonardo Rossi

A organização Amigos da Terra (AdT) realizou avaliações em urina para detecção de resíduos da substância ativa (maciçamente comercializado sob o nome Round-Up da Monsanto). Os cidadãos foram estudados em 18 países europeus. Por exemplo, nos Países Baixos 88 por cento teste positivo, enquanto na Grã-Bretanha, Alemanha e Polónia 70 por cento das pessoas estudadas apresentaram vestígios de glifosato na urina. AdT analisa a possível ligação com a produção de soja na América do Sul.

A estrela da indústria

Com esta informação, a organização ambientalista pergunta de onde surge essa presença da substância química no organismo dos cidadãos Europeus? Por um lado busca conhecer o grau de presença deste produto no meio ambiente, causado pelo uso da própria indústria agrícola neste continente. E uma outra linha na tentativa de determinar o nível de glifosato que podem ser incorporados indiretamente através da ingestão de gado alimentado com soja transgênica importado, o qual é tratado com o agroquímico. Argentina, Brasil e Paraguai estão entre os países que fornecem demanda européia da oleaginosa.

"A União Europeia não publica dados sobre a utilização de pesticidas individuais, o que torna difícil saber quanto glifosato está sendo usado pelos agricultores (local)", levanta as ONGs em seus relatórios. Mas por exemplo, Alemanha aplicar glifosato em 4,3 milhões de hectares, 39% da área cultivada.

Este agroquímicos, patenteado em 1970 pela multinacional norte-americana Monsanto, é o mais vendido em todo o mundo: 6,5 bilhões de dólares em 2010, mais do que a soma de todos os outros químicos da indústria agrícola. Em 2011, acrescenta AdT em seus relatórios, foram utilizados no mundo cerca de 650 mil toneladas de glifosato. Este herbicida é usado para limpar os campos de "ervas daninhas" (como as empresas chamam as espécies que crescem naturalmente) antes do plantio. É também utilizado durante o desenvolvimento de uma cultura, em casos como soja geneticamente modificada (RR), que é tolerante ao herbicida. Enquanto o resto das espécies morrem, soja RR continua sua evolução.


Em 1991, a legislação harmonizada para aprovar pesticidas na União Europeia. No âmbito da Directiva 414/91 foi aprovado o uso do glifosato, embora ele já vem sendo usado desde os anos 70, em 2002 recebeu a aprovação por dez anos de parte da Comissão Europeia.

Amigos da Terra reclama que "a adoção de glifosato 2002, foi baseado em um dossiê de provas apresentadas pela Monsanto", entre outras empresas do setor químico. O relatório estava sendo examinado pela agência predecessor do Instituto Federal Alemão de Defesa do Consumidor e Segurança Alimentar. Esta instituição atuou como auditor entre as autoridades da UE e da indústria. Em 1999, o escritório desenvolveu um relatório favorável ao glifosato e isso abriu o caminho para a plena aprovação em 2002". Desde então, este produto é usado na agricultura, silvicultura e espaços públicos rurais e urbanos na Europa.

No interior dos escritórios da Amigos da Terra em Berlim não param de questionar o processo de aprovação e se preparar para o próximo regulamento, que será definido em 2015. Em uma entrevista com este repórter, Heike Moldenhauer, coordenador do Equipamento Agrícola, aponta dados chave: "Pelas normas europeias, são as indústrias quem escolhe qual país faz a aprovação." Para glifosato, a Monsanto escolheu Alemanha "tem a indústria química mais poderosa da região." A agência recebe dados a favor e contra o produto, mas -garante Moldenhauer- "quando surgem estudos independentes não os aceitam". Em seguida, a agência alemã levanta estudos para a UE, a Agência Alimentar Europeia.

A adoção de glifosato era válido por dez anos, ou seja, vencia em 2012. "As agências ridiculamente disseram; 'não temos capacidade de avaliar'. E deram mais três anos de licenciamento.

"Em 2015 ele vai ser o próximo. Frente à este novo processo, AdT exige protocolos de testes que sirvam para detectar efeitos adversos para a saúde, como a desregulação endócrina, toxicidade crônica, carcinogenicidade e efeitos reprodutivos (estudos multi-geracionais). Outro ponto crítico é a necessidade de avaliar doses realistas. Por exemplo, a combinação de produtos químicos, utilizados na prática agrícola real, algo que não foi contemplada pela Comissão Europeia em 2002. E, no mesmo sentido, o grupo ambientalista afirma que o estudo de impacto sobre a saúde a longo prazo , "em vez de a prática atual de testar doses muito elevadas em prazos curtos."

Onde o glifosato chega?

O que é notável no estudo da Amigos da Terra é que grupos de pessoas escolhidas em cada cidade, aproximadamente dez, não haviam manipulado ou usado glifosato no período de pré-teste. Por esta razão também indaga sobre a presença de agrotóxicos na dieta dos europeus. Um estudo na Alemanha "encontrou resíduos de glifosato na cevada de até 23 mg por quilo", diz um relatório da FoE.

A outra via possível de consumo de glifosato é a carne. A Alemanha importa soja transgênica tratados antes e durante o plantio com glifosato, do Brasil, Argentina e Paraguai para alimentar animais (suínos e bovinos) e aves. Cerca de 2,2 milhões de hectares de soja são colhidos a cada ano nesses três países para atender a demanda alemã (dados WWF), aponta Thomas Fritz, pesquisador da FDCL,organização com sede em Berlim liderando, entre outros temas, a questão agrária na América Latina e sua ligação com o modelo alimentar europeu.

O limite de resíduos de glifosato na soja é de 20 miligramas por quilo ", mas não hé nenhuma evidência de resíduos de glifosato da UE das importações de soja", critica AdT. "A probabilidade de que há 'uma exposição de gado significativa ao glifosato e seus metabólitos' foi reconhecida pela Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos".

Informação silenciada

Frente ao discurso de segurança que levanta a indústria química, experiências com animais advertem que quando o glifosato é consumido, "15-30 por cento do produto é absorvido no corpo, e podem ser distribuídos no sangue e tecidos, bem como ela também é capaz de atravessar a placenta durante a gravidez."

Sobre a saúde humana, ficou provado que o glifosato "bloqueia os receptores para os hormônios sexuais masculinos, enquanto herbicidas a base de glifosato reduzem a produção de testosterona nas células reprodutoras masculinas" comenta AdT com base na literatura científica. Ambos glifosato como o Roundup, uma fórmula comercial, têm efeito sobre as células embrionárias humanas "'levando os pesquisadores a concluir que a exposição pode afetar a reprodução humana e o desenvolvimento fetal.'" Entre outros científicos é citado o trabalhos do pesquisador francês Gilles Eric Séralini.

A origem da cadeia tóxica

A preocupação aumenta frente à outro estudo publicado em outubro deste ano pela Test-Biotech (Alemanha), realizado na Argentina. Em abril de 2013, a organização pegou amostras de campos de soja da Argentina, mais precisamente na província de Salta. Os resultados mostraram um "alto resíduo (glifosato) até cerca de 100 miligramas por quilo". Em sete das onze amostras analisadas em um laboratório da Universidade de Buenos Aires, "o nível foi superior ao limite máximo de resíduos de 20 miligramas (glifosato) por quilo" permitidos em produtos de soja utilizada para alimentar. Os resultados foram confirmados em uma segunda análise, adverte Test-Biotech.

Da Argentina vem também sendo analisado o impacto na saúde de agrotóxicos. Com base em dados da indústria, a Rede de Médicos dos Povos Pulverizados da Argentina informou que o glifosato é os agrotóxicos mais utilizados no país e é responsável por 64 por cento das vendas totais. No ano passado, foram aplicados 200 milhões de litros de glifosato, dois terços do total de agrotóxicos em circulação. Monsanto é responsável por 40 por cento do mercado deste produto em nosso país, como afirmado pelo seu vice-presidente Pablo Vaquero (Os dois mundos de Monsanto, 1 de setembro, 2013, La Voz del Interior).

Coincidindo com a área de estudo de Test-Biotech, a rede médica informou que, em regiões do norte da Argentina, Salta por exemplo, "não há condições meteorológicas na primavera e verão (safra) para especificar a correta aplicação de agrotóxicos, tal como a recomenda a FAO  - Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura. Isso significa que o problema do impacto ambiental e de saúde residual de agrotóxicos pulverizados se somam. "Nunca registrou-se menos de 25 graus Celsius de temperatura e os níveis de umidade e vento fazem com todas as pulverizações estão fora das normas internacionais" (O consumo de pesticidas na Argentina aumenta continuamente, junho de 2013).

Com toda essa documentação, Amigos da Terra pede à UE e aos governos nacionais "iniciar um programa de monitoramento para o glifosato na alimentação humana e animal, incluindo a produção de alimentos para animais importados, como a soja transgênica imediatamente." Em outra linha também reivindica a examinar os níveis de glifosato no solo e sistemas aquáticos. AdT esclarece que os resultados dessas análises "devem ser colocados à disposição do público" para acabar com a escuridão que envolve processos de avaliação para estes produtos.

 Fonte: Leonardo Rossi

Pode ser que as abelhas ajudem na proliferação desta contaminação!!

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Curso: Célula real durante a multiplicação

Na manipulação de qualquer espécie que não pertença ao gênero Melipona (que sempre possui rainhas emergindo em abundância) é essencial localizar uma célula real entre os favos antigos que vão formar a nova divisão.

Vista de favos de cria onde é possível identificar uma célula real, onde vai emergir uma rainha virgem. Com exceção  das Meliponas, esta característica deve estar presente nos favos antigos que vão formar a nova colônia durante uma divisão.
Na colônia mãe ficará a cria mais nova junto da rainha fisogástrica. Além disso, os potes de alimento estarão nesta caixa. Isto porque a as forrageiras estarão na colônia filha, de forma que as reservas serão utilizadas até que outras operárias iniciem o comportamento de forrageio. A colônia mãe deve ser levada para uma distância de pelo menos 2 metros da nova colônia (que agora está posicionada no lugar da colônia mãe).

Aprimoramentos nas técnicas estão permitindo que este importante processo seja otimizado. O principal deles é o método de perturbação mínima, no qual o contato com a cria e estruturas do ninho é minimizado, ao transferir uma alça inteira (na qual os favos antigos estão presos) para a nova caixa. A alça também já contém alguns potes de alimento.

Foto demonstrando a divisão de colônias pelo método de "perturbação mínima", onde a transferência dos favos ocorre através da transferência do quadro inteiro para uma nova caixa.

Dicas para evitar os forídeos

Tem um pequeno intervalo que acaba nos confundindo... então assistam até o final!
O vídeo está em espanhol, mas dá para captar as idéias que por sinal são bem interessantes:


Bom proveito!

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Curso: Coleta e transferência dos favos

A manipulação dos favos é um processo importante e que exige cautela do meliponicultor durante a multiplicação dos ninhos. É preciso cuidado para não danificar a cria e a rainha fisogástrica, que frequentemente está entre os favos (geralmente os mais novos). A manipulação dos favos mais antigos é portanto mais indicada, pois estes favos são mais resistentes, uma vez que a cria secretou casulos de seda em cada uma das células de cria, criando uma estrutura mais rígida. Esta técnica também pode ser usada para retirar favos a fim de reforçar colônias com baixa população, porém retirando-se menos favos do que os usados em uma multiplicação.



Para descolar os favos pode-se utilizar uma faca, com cuidado para não danificar os favos e nenhuma abelha. Com os dedos, menos o polegar, retire o bloco de favos que devem sair todos juntos, sem pressionar um contra o outro.

Uma nova rainha vai realizar o voo nupcial e voltar fecundada para a nova colônia, onde vai iniciar a postura de ovos dando origem a novos favos de cria, um indicativo que a divisão teve sucesso. Esta nova rainha virgem vai nascer dos favos de cria que foram introduzidos ou pode já estar no meio deles, junto com as abelhas que vem no meio dos favos.

Os favos mais velhos contém a cria de idade mais avançada e a prestes a emergir. Eles são utilizados porque além das futuras rainhas nascerem deles, a nova colônia tem uma população de operárias adultas ainda pequena, que será aumentada conforme as novas abelhas forem nascendo. Se fosse utilizados favos de cria mais nova elas teriam que se desenvolver (larva, pupa, adulto) até emergirem os adultos. Além disso, os favos mais velhos são mais resistentes à manipulação, pois suas células de cria são reforçadas com seda proveniente das larvas que tecem seus casulos internamente à cada célula de cria. Na cria mais jovem a única estrutura é o cerume.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Curso: Enxameação

A enxameação é o processo natural pelo qual as abelhas sem ferrão se reproduzem, ou seja, uma colônia vai dar origem a outra que vai se instalar em outro lugar. Neste processo uma fração das operárias de uma colônia forte (colônia mãe - população e recursos em abundância) encontra um novo local de nidificação e inicia a transferência de materiais de construção do novo ninho (cerume e resinas) e de alimento (mel e pólen). Então uma nova rainha virgem proveniente da colônia mãe voa para o novo local e realiza o voo nupcial, onde vai se acasalar com um único macho. Esta rainha vai desenvolver os ovários e seu abdômen vai inchar, chegando ao estado de fisogastria. A rainha fisogástrica não é capaz de voar, devido ao seu peso, de forma que uma vez instalada ali, nunca mais sai. A colônia mãe continua com uma relação com o novo ninho através da transferência de alimento durante algum tempo (os poucos registros falam em cerca de um mês), até que o processo acaba e a nova colônia se torna independente.
Quando uma rainha fisogástrica morre ocorre uma substituição, onde geralmente uma filha dela vai fazer o voo nupcial e voltar para o ninho, assumindo o lugar de sua mãe. Por este motivo as colônias sempre estão a produzir rainhas virgens, mesmo quando não estão prontas para enxamear. A presença de uma rainha fisogástrica em uma colônia inibe este comportamento por parte das rainhas virgens, de forma que a substituição só ocorre quando o ninho está órfão. Estudos recentes estão mostrando que rainhas de outros ninhos podem invadir colônias e se estabelecerem, porém ainda são estudos preliminares e em espécies específicas.

Dessa forma, o método mais tradicional de divisão consiste em transferir favos de cria prestes a emergir (maduros) de uma colônia forte e com cria em abundância (colônia mãe) para uma nova caixa. Esta nova caixa leva então um pouco de cerume da colônia mãe na entrada e é posicionada no mesmo local desta, de forma a receber as forrageiras (ou campeiras - as abelhas que voam para coletar alimento). A quantidade de favos transferidos varia muito de acordo com a espécie e condição da colônia. Como regra geral pode-se transferir 2/5 (ou pouco menos que a metade) dos favos mais velos (com cria mais velha) para a nova colônia.

Etapas de uma multiplicação:


Invólucro sendo retirado
Separação dos favos antigos
Favos divididos
Posicionamento da nova caixa no lugar da antiga para a coleta de campeiras.
Além disso, é necessário alimentar a nova caixa, com potes de alimento da colônia mãe, caso haja a possibilidade de retirá-los sem danificá-los, ou então utilizar a alimentação artificial, conforme descrito anteriormente.

domingo, 14 de dezembro de 2014

Curso: Multiplicação de colônias

Para qualquer objetivo de uma criação, a multiplicação é uma etapa fundamental e que é constantemente utilizada. Para produzir mel, (pólen e própolis) é necessário aumentar o plantel, uma vez que a produção por colônia não é tão alta em abelhas sem ferrão. Para vender ou alugar colônias a multiplicação é o principal manejo. Assim, este manejo já passou por inúmeras modificações e aprimoramentos, sendo que ainda não existe uma fórmula única, ainda mais quando associado à grande diversidade de espécies. Dessa forma abordaremos a ideia básica por trás deste manejo, para que posteriormente os aprimoramentos necessários que a espécie exige e que a criatividade e condições dos meliponicultores permitem sejam adicionados à técnica.
A multiplicação de colônias se baseia em induzir um processo de substituição de rainha. A ideia é separar uma fração da cria (favos) e da população adulta (operárias) em uma nova caixa e induzir a fecundação de uma nova rainha, uma vez que esta nova caixa vai estar órfã (sem rainha fisogástrica).

sábado, 13 de dezembro de 2014

Curso: Cerume

É frequente ter colônias que morrem no seu meliponário, deixando para trás recursos valiosos. Um dos mais importantes é o cerume, uma vez que as operárias gastam energia tanto para produzir cera quanto para forragear resinas. Este recurso é especialmente imporante para colônias recém fundadas, já que as mais velhas sempre já possuem um estoque adequado deste recurso.

Dessa forma, é interessante oferecer este recurso para novas divisões, adiantando muito o estabelecimento das colônias. Para isto, usamos uma mistura de cera de abelha melifera (Apis) com cerume de abelhas sem ferrão (de preferência utilizar da espécie que for fornecer futuramente um pouco de óleo vegetal, na proporção de 10:10:1, respectivamente, e colocar sobre aquecimento durante 5 minutos em fogo médio. O cerume pode ser coletado de colônia matrizes fortes, que o tenham em abundância, ou reaproveitar o cerume de colônias mortas, mesmo que existam parasitas, já que o aquecimento vai cuidar de eliminar qualquer contaminação.

Placas de cerume

A mistura (no estado líquido depois do aquecimento) é então despejada sobre uma superfície limpa, lisa e fria, de preferência uma pedra. Esta superfície deve ser untada (pincelada) com óleo vegetal, para descolar, depois do resfriamento, as placas de cera prontas. Elas podem ser cortadas em pequenos pedaços quadrados, com cerca de metade do tamanho do favo da espécie que vai ser oferecida.

Placas de cera oferecidas para as abelhas. Note que as placas são "roídas" pelas operárias e utilizadas nas estruturas do ninho.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Curso: Técnicas de manejo

Alimentação artificial

A alimentação artificial é uma das principais técnicas de manejo da meliponicultura. Quando a intenção do meliponicultor é de produzir colônias, a alimentação entra como uma fonte adicional de recursos para aumentar as populações das colônias, de maneira que estas possam ser divididas mais rapidamente. No caso da produção de mel, a alimentação entra com a intenção de aumentar ou manter populações estáveis nos períodos de falta de recursos no meio ambiente. Porém, atenção, cerca de um mês antes do início das floradas, as melgueiras devem ser esvaziadas para que o mel colhido nos meses seguintes seja puro. A alimentação das abelhas pode ser dividida em dois tipos principais: "energética", que se refere ao mel (fonte de açúcares) e "protéica", relativa ao pólen (fonte de proteínas).

Alimentação Energética

A alimentação energética tem como intuito substituir o mel, que é o alimento das abelhas que serve como combustível para a realização das atividades gerais. Basicamente se fornece às abelhas uma solução de água + açúcar ("xarope"), que são os componentes básicos do mel. A proporção em volume pode variar de acordo com a região (regiões mais secas, maior quantidade de água, e vice-versa), mas recomenda-se a proporção de uma parte de açúcar para uma parte de água (1:1 vol.). Atentar para o fato de existir poros entre os cristais de açúcar, fazendo com que o volume real não seja expresso quando colocado em frascos marcadores de volume. Assim, o ideal para fazer a mistura é primeiro colocar a água (por exemplo, 1 litro) e depois completar com açúcar até o dobro (no caso, 2 litros). Após a mistura, este sistema pode ser submetido à fervura (consequentemente esterilização do produto) ou batido no liquidificador (sem esterilização). Neste último caso, ofereça em pequenas quantidades, pois a fermentação ocorre mais rapidamente.

Xarope de açúcar invertido: o açúcar do xarope pode ser submetido a um processo de inversão da sacarose, que facilita a absorção pelas abelhas. Para tanto, durante a fervura do xarope deve ser adicionado o suco de 1 limão para cada dois litros de xarope e deixar sob fervura durante 5 minutos. O ácido presente no limão realiza a função de quebra da sacarose em moléculas menores de açúcar, a glicose.
Não aconselhamos a adição de outros elementos no xarope, como aminoácidos, complexos vitamínicos e minerais, pois ainda não há comprovação científica de seus benefícios. Mas alguns meliponicultores adotam essa prática sem problemas.
O fornecimento da alimentação energética é uma parte crítica do processo de alimentação, visto que o xarope é altamente atrativo para outras abelhas pilhadoras (Apis melifera, Trigona spinipes, entre outras) e para formigas, não podendo ser ofertado em alimentadores coletivos e nem em excesso. A alimentação mal feita é a principal causa de morte de colônias. Vale ressaltar aqui que as abelhas não "vão embora", como é dito popularmente; elas morrem mesmo.


Diferentes maneiras de se oferecer a alimentação energética: individualmente (fotos de cima) e coletivamente (de baixo). É preciso tomar cuidado ao oferecer alimentação coletiva, podem surgir pilhadores.

Portanto deve ser ofertado no interior de cada caixa. Nesta etapa deve-se atentar para o fato do alimento ser líquido e viscoso, possuindo um grande potencial para afogar as abelhas. Oferecer o xarope em recipientes plásticos, sem nenhum recurso para a abelha se apoiar, tem grandes chances de perder muitas abelhas e estragar o alimento. Este risco é bem maior em abelhas pequenas. Uma alternativa é passar os recipientes (no caso copinhos descartáveis de café) em banho de cera de Apis melifera + cera de abelhas sem ferrão. Assim, as paredes do recipiente ficam mais apropriadas para a aderência das operárias. Além de palitos de churrascos ou bambus ou telas plásticas dentro do copo com xarope, para serem usados como "escadas".

Outras alternativas que minimizam a manipulação e o estresse das colônias são alimentadores que podem ser recarregados com xarope externamente, mas possuem somente uma abertura que fica par o lado interno da caixa permitindo o consumo pelas abelhas. Neste caso deve-se ficar atento com vazamentos entre as conexões das partes do alimentador, para que não existam atrativos para abelhas saquearem, nem que haja vazamentos internos por falta de pressão negativa.

A conservação do xarope é outro fator de grande importância, tanto no armazenamento, quanto na oferta para as abelhas. Recomenda-se fazer o xarope que for usar no próprio dia e, quando for preciso armazenar, mantê-lo sob refrigeração (5-10 CC). A quantidade colocada para cada espécie varia muito, bem como dependendo da condição da colônia. É importante que o xarope não fique muito tempo sem ser consumido, para não estragar. Isto está relacionado diretamente com a demanda da colônia, fique atento. É também importante não oferecer tanto xarope quando já existirem reservas suficientes (potes de mel), pois isso pode aumentar o risco do mel de alguns potes ficarem muito líquidos e estragarem, uma vez que as abelhas podem não ter tempo suficiente para processar e desidratar todo xarope.

Alimentação Protéica

O pólen contém um alto teor de proteína e, consequentemente, é um alimento que está relacionado com o desenvolvimento estrutural das abelhas, ou seja, formação de novos indivíduos (alimentação larval). É complicado encontrar um substituto completo para o pólen, uma vez que sua composição varia grandemente entre as plantas e ainda não se sabe o que faz com que as abelhas sejam atraídas para coletar e se alimentar do mesmo.

Uma alternativa que ainda está sendo plenamente testada, mas que já apresentou resultados positivos é a utilização de farinha de soja e levedura de cerveja como fontes protéicas para substituir o pólen durante períodos de escassez. Para que estes alimentos sejam aceitos e consumidos pelas abelhas, deve-se fazer com que eles passem por um processo controlado de fermentação, cuja fauna microbiana do pólen da própria espécie em questão deve atuar. Para isso, uma pequena fração do pólen da espécie que vai ser alimentada com o substituto protéico deve ser adicionada à farinha de soja e levedura, com adição de xarope, e colocada em temperatura de 28 a 35 ºC durante cerca de sete dias para completar a fermentação, conforme receita abaixo.

Abelhas se alimentando de ração à base de soja

RECEITA

                  Ingredientes                                     Quantidade (% massa)

Farinha de soja                                                       14
Levedura desidratada                                                 21    
Xarope (50%)                                                        55
Pólen da própria espécie                                              10       

Caso não tenha bastante pólen da própria espécie disponível para realizar a fermentação, é possível usar apenas uma pequena quantidade, um ou dois potes de pólen, misturando com 500ml xarope (50%). É importante que o pólen coletado para este fim esteja em processo de fermentação adiantado, para que os microorganismos estejam bastante proliferados. Mantenha essa mistura em temperatura ambiente, de 28 a 35 ºC, por cinco dias e depois misture com os outros ingredientes de acordo com a receita a cima.
Durante o processo de fermentação da dieta, mexa diariamente. Caso ocorra ressecamento, adicione mais água. A consistência não deve ser nem muito líquida, nem muito seca. Depois de pronta, a dieta pode ser congelada, para que a fermentação cesse. O substituto protéico pode ser oferecido em recipientes como copos de café untados com cera de abelha, para evitar que as abelhas caiam no alimento. Observe a aceitação algumas horas depois de disponibilizado. Algumas espécies não aceitam esse substituto, o que é muito fácil de ser constatado, pois elas jogam tudo no lixo.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Curso: Meliponários

O meliponário é o local e toda estrutura para instalação das colônias de abelhas sem ferrão. O objetivo principal desta localidade é dar conforto às abelhas e facilitar a vida do meliponicultor. Dessa forma, para dar conforto às colônias é importante abrigá-las do sol direto (podem tomar um sol da manhã e do final da tarde, mas nunca o sol mais forte do dia) e principalmente da chuva, que pode aumentar demais a umidade dentro das caixas, prejudicando a colônia, ou mesmo se não chegar a causar danos às abelhas, pode diminuir a vida útil das caixas, uma vez que a madeira deteriora-se mais rápido quando em contato com a umidade.

Vista frontal (esq.) e lateral (dir.) do meliponário coletivo desenvolvido pela EMBRAPA.


Diversos modelos de meliponários. Suportes coletivos: EMBRAPA (acima) e suportes individuais (abaixo).

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Curso: Ninhos armadilha para abelhas sem ferrão

De acordo com a Resolução CONAMA nº 346/2004:
"(...) Art 3º - É permitida a utilização e o comércio de abelhas e seus produtos, procedentes dos criadouros autorizados pelo órgão ambiental competente, na forma de meliponários, bem como a captura de colônias e espécimes a eles destinados por meio da utilização de ninhos-isca.
Art 4º - Será permitida a comercialização de colônias ou parte delas desde que sejam resultado de métodos de multiplicação artificial ou de captura por meio da utilização de ninhos-isca. (...)".

Dessa forma, a legislação Brasileira permite a obtenção de colônias de abelhas sem ferrão diretamente da natureza somente por meio de ninhos-armadilha. Os ninhos-armadilha ou garrafas-isca já são bastante utilizados por meliponicultores de todo o Brasil, no entanto os métodos empregados são muito diversos e muitas vezes sem comprovação de sucesso.
Os ninhos-armadilha são recipientes cuja finalidade é atrair enxames de abelhas sem ferrão para que ali instalem seus ninhos e seja possível seu transporte e transferência para caixas racionais. A ideia surgiu a partir de observações dos meliponicultores que viram que os enxames tendiam a entrar em caixas velhas que já haviam sido usadas por outra colônia. Abaixo segue um modelo usado no campus da USP de Ribeirão Preto, que obteve uma taxa de sucesso excelente (38 enxames em um ano). Obviamente, o sucesso vai depender das condições específicas de cada localidade, como abundância de ninhos naturais, competição com outros locais de nidificação, método de confecção dos ninhos-armadilha, regularidade das inspeções, cuidados gerias, etc.

Escolha do recipiente: Podem ser utilizados diversos tipos de materiais, como madeira, papelão, garrafas plásticas ou PET, caixinhas de leite. No nosso modelo utilizamos garrafas plásticas pretas. Caso sejam usados materiais transparentes, devem ser cobertos com jornal e/ou plástico escuro. No nosso estudo nós usamos garrafas de quatro tamanhos diferentes, mas percebemos que as garrafas de 2 e 3 litros foram melhores porque atraíram mais espécies.

Preparação dos recipientes: faça um furo circular na lateral do recipiente onde será instalado um cotovelo de PVC de 22 mm que servirá como entrada. Lembre-se de colocar virado para cima para evitar q entrada de água. Borrife extrato de própolis no seu interior e escorra o excesso. O própolis pode ser obtido a partir de meliponicultores e o ideal é que sejam utilizados própolis de diferentes espécies de abelhas sem ferrão.

O extrato pode ser feito com qualquer tipo de álcool. Faça um pequeno orifício de 1 cm no fundo do recipiente para escorrer o excesso de umidade.


Preparação do cotovelo de PVC: derreta cera de Apis melifera em Banho-Maria e mergulhe o cotovelo de PVC por alguns segundos. Posteriormente mergulhe o cotovelo de PVC no mesmo extrato de própolis usado no item anterior. A cera pode ser obtida em apiários.


Instalação dos ninhos-armadilha: pode ser instalado junto às árvores, em qualquer altura. Nós geralmente instalamos entre 1 e 1,5 metros do chão para facilitar as vistorias, mas não há regras bem estabelecidas. Também podem ser colocadas nas prateleiras dos meliponários, sob alpendres e varandas de casas, em postes, etc. O principal aspecto a ser observado é a incidência de sol, que jamais pode incidir diretamente sobre a armadilha, especialmente entre 10:00h e 15:00h. Não precisa ser muito perto de colônias pré-existentes, mas precisa ser em uma área onde ocorra grande quantidade de ninhos.


Dicas importantes: Inicialmente, o ideal é colocar poucos ninhos-armadilha e verificar as taxas de sucesso. Se o sucesso for bom, aumente o número posteriormente. Outra dica importante é colocar os ninhos-armadilha antes da época de reprodução das abelhas sem ferrão, geralmente nos períodos quentes e com bastante florada. Caso contrário as formigas e aranhas ocuparão os ninhos-armadilha antes dos enxames. Outra dica é fazer vistorias regulares, retirar as teias de aranha e ninhos de formigas que estiverem ali e borrifar novamente o extrato de própolis na porta do ninho-armadilha para renovar o cheiro.

Transferência dos enxames para caixas: Após a verificação de sucesso na instalação de um enxame no ninho-armadilha espere no mínimo 30 dias para realizar a transferência para o local definitivo. Esse período é suficiente para a independência do ninho mãe para muitas espécies. Durante a noite ou antes de amanhecer, feche o ninho-armadilha e leve-o, sem tombar o recipiente e sem dar pancadas, para o local definitivo, que deve ser maior que 300m para que as abelhas não voltem ao local de origem. Se o local definitivo for menor que 300 metros, leve para outro local distante e depois de 15 dias retorne para o local desejado. Espere ao menos três dias depois de transportada para o local definitivo para transferir a colônia do recipiente plástico para a caixa.

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Curso: Caixas para criação racional

Atualmente existem dezenas de modelos de caixas para abelhas sem ferrão que variam de acordo com a biologia da espécie manejada, de acordo com a região do país e, também, com os objetivos do meliponicultor. Assim, não existe um modelo perfeito para todas as abelhas, nem para todos os lugares, nem para todas as pessoas. Contudo, existem modelos que servem como base, a partir do qual as pessoas se orientam para confeccionar suas caixas de acordo com as suas próprias características.
O esquema abaixo é do modelo mais comumente usado atualmente e que funciona para a maioria das espécies manejadas pelos meliponicultores em todo o Brasil. É conhecido como modelo de caixas verticais, foi inicialmente idealizado por Portugal-Araújo e aperfeiçoado ao longo de décadas por diversos pesquisadores. O esquema abaixo foi realizado por Giorgio C. Venturieri.

Esquema de tipo de caixa racional (retirado de EMBRAPA - Giorgio Venturieri)
As dimensões da caixa devem ser feitas de acordo a espécie manejada e varia consideravelmente de uma espécie para outra.

LARGURA INTERNA DA CAIXA: deve ter a medida do diâmetro dos favos de cria, para evitar que as colônias coloquem muitos potes de alimento ao lado da cria. Deve ser quadrada, ou seja, largura e comprimento com as mesmas medidas.

ALTURA DO "NINHO BASE" + "SOBRENINHO": deve ser igual à altura média do ninho, ou seja, altura de todos os favos de cria juntos. Assim, cada uma dessas peças ("ninho base" e "sobreninho") deverá ter a metade dessa altura total.

MELGUEIRAS: devem ter a mesma largura do "ninho base" + "sobreninho", mas a altura deve ser igual à altura dos potes de alimento, para que as abelhas façam apenas uma camada de potes de alimento, o que facilita muito a colheita.


Diferentes modelos de caixas apresentados, com destaque para cada uma das alças e módulos separados.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Produtores de maçã locam colmeias para assegurar polinização eficaz e obter mais qualidade e produtividade.


"Nesta primavera, 1 bilhão de abelhas pousam de flor em flor nos pomares. A maçã que você come não teria a viscosidade, o tamanho, o sabor e até o preço que tem não fossem as abelhas.

Sim, a maçã é um dos muitos vegetais que só frutificam por causa dos insetos, responsáveis pela polinização das flores. Poucos sabem, mas as abelhas têm papel fundamental nos 6,2 mil hectares de macieiras da região de Vacaria - RS. Além do vento e de insetos nativos, na primavera a polinização ganha o reforço de 15,5 mil colmeias. Cada hectare necessita de duas a três caixas de abelhas para assegurar uma polinização eficaz. É abelha sem fim: cada caixa comporta de 60 mil a 80 mil insetos. As colmeias têm procedência diversa. Há apicultores gaúchos e catarinenses especializados na produção de abelhas de aluguel.

O manejo correto dos ninhos durante o outono e o inverno assegura colmeias sadias e populosas na primavera, estação em que a abelha voa até três quilômetros atrás de pólen e néctar, matéria-prima do mel. Pousando de flor em flor, a abelha recolhe pólen para levar às caixas. Nesses vôos, porém, ela também deixa nas flores os fragmentos de grãozinhos recolhidos anteriormente, provocando a necessária polinização, ou o ato sexual das plantas. É daí que germinarão sementes e, posteriormente, frutos.

Os apicultores que alugam colmeias para polinizar macieiras não visam o mel que a abelha, em tese, produziria ao visitar as flores. Explica-se: a flor de macieira não é melífera, ou seja, produz pouquíssimo néctar, substância que a abelha transforma em mel. Os apicultores miram mesmo é o dinheiro do aluguel. Nesta safra, cada colmeia é alugada por R$ 40 a R$ 50.

O valor do mercado depende do tamanho da florada, portanto o aluguel segue a cartilha da lei da oferta e da procura: pomares muito floridos precisam de mais abelhas, elevando o preço do aluguel. Alugar colmeias é negócio relativamente seguro. Há plantas que necessitam do reforço das abelhas para polinizar, assegurando maior produtividade e resultando em frutas com mais qualidade. No caso das macieiras, quanto mais polinização, melhor, pois o processo resultará em mais frutos. Com mais frutos, o produtor poderá se dar ao luxo de descartar as maçãs pequenas, feias ou defeituosas.

Esse processo, chamado de raleio, permite qualificar a safra. Sem uma polinização eficiente, o resultado da safra pode ser desastroso: em pomar com frutos escassos não dá para fazer raleio, pois a produtividade ficaria ao rés do chão. José Sozo começou a plantar macieiras em 1993. A primeira colheita foi em 1997, já com auxílio de abelhas. Atualmente, Sozo cultiva 35 hectares de gala e fuji. Para repetir a safra do ano passado (1,5 mil toneladas), há algumas semanas espalhou 105 colmeias pelo pomar. A intenção é manter a produtividade em 45 toneladas por hectare. - Colocamos as abelhas para melhorar o trabalho de polinização e aumentar a qualidade e a produtividade da macieira. Neste ano, Sozo pagou R$ 45 pelo aluguel de cada colmeia, totalizando R$ 5 mil. Cada hectare recebe três caixas. Os insetos vão permanecer na propriedade por um mês."

Mensagem Doce n° 128
Setembro de 2014

Bem, a matéria fala sobre a Apis melifera.
Ok,  mas e as abelhas sem ferrão?!
Pega carona...
Não entendeu?! Então você não assistiu o vídeo de ontem, mais especificamente a partir do tempo 15:25: (veja aqui)

As Meliponini junto com as Apis "tonificam" a produção!!

Curso: Plebeia droryana (mirim)

As mirim são muito comuns no estado de São Paulo, mesmo nas áreas urbanas, porém pouco conhecidas, devido à sua entrada discreta e tamanho diminuto. Ainda não possuem nenhuma aplicação prática dentro da meliponicultura, porém devido à sua abundância, rusticidade (suporta bem o manejo) e potencial para aplicação na polinização, merece o seu lugar. Este potencial está ligado até o momento à polinização de morango, porém ainda estão sendo realizados estudos mais detalhados e com mias espécies para confirmar o real potencial desta espécie. Fora isto, é uma abelha mansa e que não propoliza muito as caixas, podendo ser utilizada como ferramenta didática/turística e como animal de estimação.

Favos de cria novos repletos de células em construção de Plebeia droryana. As operárias e rainha são muito tímidas e mansas, descendo ara dentro dos favos ao abrir da caixa.

Detalhe da entrada muito característica da espécie, que na maioria das vezes possui duas aberturas, uma maior que a outra.

domingo, 7 de dezembro de 2014

Sobre abelhas

As abelhas são agentes fundamentais na polinização das lavouras de 80 plantas mais consumidas do mundo como maracujá, melancia, maçã e abóbora. Porém, o uso indiscriminado de agrotóxicos, as mudanças climáticas e o desmatamento vêm causando o desaparecimento desses insetos. Para conversar mais sobre o assunto, o Conexão Ciência convidou a pesquisadora da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Carmen Pires.


Curso: Tetragonisca angustula (Jataí)

A famosa Jataí é dona de um dos mais famosos e saborosos méis da cultura Brasileira. Um mel pouco viscoso e dotado de um aroma e floral aliado a um ligeiro azedo proveniente dos ácidos resultantes da fermentação tornam este mel um produto de altíssima qualidade e valor agregado. Além disso, o mel tem um apelo medicinal popular, sendo que pesquisas vem sendo realizadas para comprovar esta propriedade. Apesar da baixa produção de mel, a abundância de colônias e a facilidade de adaptação à ambientes urbanizados fazem dela uma ótima opção no estado de São Paulo.

Apresenta uma taxa de sucesso de multiplicação relativamente baixa em alguns locais, porém compensa esse "porém" com o grande sucesso na captura utilizando-se ninhos armadilha.

Favo helicoidal de Jataí. Também é comum ser encontrado em formato de discos.
Potes de mel para coleta.
Operária de Jataí em voo.